UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Queen e florestas subtropicais

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Queen e florestas subtropicais

Num dia de verão (deliciosamente) quente como o de hoje, uma notícia como a que se segue corre o risco de ganhar ares de profecia: cientistas que estudam fósseis de plantas e animais na Antártida afirmam que por lá existiu, há cerca de 100 milhões de anos, uma exuberante floresta subtropical (http://www1.folha.uol.com.br/bbc/872876-cientistas-desvendam-florestas-fossilizadas-na-antartida.shtml). É que, nesse período, a terra teria experimentado um aquecimento tão pontente que as calotas de gelo da região derreteram, cedendo espaço a florestas densas e verdejantes.

Bem, tá certo que com um calor desses, sou capaz de acreditar em qualquer coisa. A questão é: e daí? A notícia pode até ser legal, mas ela em nada altera, de um ponto de vista estritamente prático, a minha vida ou a sua. No máximo, sentiria empatia pelas calotas derretidas: eu e elas temos derretido sob o sol.

Por outro lado, saber que existiu vida farta lá onde hoje só tem gelo, dá uma noção da transitoriedade da nossa existência nesse mundo, mundo, vasto mundo. E em tempos em que muita música de qualidade duvidosa grassa sem pudor (aliás, que pudor?), as do Queen ficam parecendo floresta subtropical na Antártida: ainda que sua existência no passado pouco ou nada altera a vida da maioria dos mortais no presente, só o fato de saber que o Queen um dia existiu, já é em si um grande alento contra o superaquecimento da indústria da vulgaridade rebolante - leia-se: funks, axés, breganejos e pseudo-pagodes.

A semelhança das florestas subtropicais da região da Antártida - capazes de sobreviver a invernos longuíssimos - o Queen resiste, nem que seja na memória dos fãs. Entusiastas do bom rock'n'roll, alegrai-vos: as florestas subtropicais podem voltar. Em homenagem a elas e à boa música, com vocês, uma das minhas preferidas: The March of the Black Queen!

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