UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Margens da existência

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Margens da existência

Muito estranho à primeira vista, mas pode fazer todo o sentido!

Sociedade Zoológica de Londres faz campanha pelos "mais esquisitos" ao promover a iniciativa "EDGE of Existence". Traduzindo para o português, trata-se de salvar os animais "evolutivamente distintos e globalmente ameaçados" (expressão que resulta no acrônimo EDGE), os quais, de acordo com a instituição, estão ainda mais à margem da existência do que as demais espécies.

Em termos mais concretos, a ideia é chamar a atenção para a necessidade de preservação das espécies "evolutivamente distintas", já que "criaturas muito esquisitas costumam representar um padrão evolutivo único" (http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2014/07/21/a-sobrevivencia-do-mais-esquisito/).

O libelo pela esquisitice animal é vaticinado pelas sagradas escrituras evolucionistas: "Além de morfologia e fisiologia especializadas, muitas vezes essas criaturas são os últimos sobreviventes de seu gênero, ou mesmo de sua família. Isso significa que, se elas forem extintas, a gente perde não apenas uma espécie única (o que já seria trágico o suficiente), mas uma trajetória evolutiva inteira", explica notícia publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo.

Os esquisitos são tanto mais ameaçados à medida que o mundo se globaliza: "A trajetória evolutiva única e a ameaça global acabam caminhando juntas, na verdade, porque animais com trajetória evolutiva e adaptações únicas frequentemente são especialistas com distribuição geográfica restrita." De onde se conclui que o fim da espécies esquisitas é uma forma simplificada de fim do mundo: "Basta um leve empurrãozinho para que toda essa história se perca", alerta a notícia.

Nesse mundão globalizado sem porteira, alguns esquisitos cavam sua chance, enquanto outros simplesmente cavam sua cova. Questão de evolução. Ou não, diria Caetano Veloso.




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