UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Jaçanã

quinta-feira, 26 de março de 2015

Jaçanã

Se você já ouviu Adoniram Barbosa, sabe que quem morava em Jaçanã não podia se dar ao luxo de perder o trem das onze.

Pois, a situação que ilustrava do clássico do samba está longe de ser superada. O chamado movimento pendular define o ritmo de vida de 7,4 milhões pessoas que "se deslocam da cidade onde moram para trabalhar ou estudar em municípios vizinhos" (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/03/1607734-mais-de-metade-dos-brasileiros-vive-em-nucleos-de-cidades-relacionadas.shtml).

O dado foi levantado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base nos dados do censo de 2010. O mais interessante, contudo, é notar que, apesar das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo concentrarem os mais índices de deslocamento com as cidades vizinhas, este tipo de interação não acontece necessariamente entre cidades de grande porte. "A maioria (63,6%) dos arranjos é de populações pequenas, com menos de 100 mil habitantes".

Alguns dados curiosos divulgados pelo  IBGE: o deslocamento entre cidades que envolve o maior número de pessoas no país é o que liga Guarulhos a São Paulo (146 mil pessoas), seguido de São Gonçalo e Niteroi (120 mil). "
Os pesquisadores explicaram que, para ser considerado alguém que vive nesse eixo, é preciso transitar com alguma regularidade entre os dois conglomerados urbanos", relata a notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo.

Cidades médias e pequenas com circulação intensa de pessoas. Claro, a circulação delas de um lado para o outro demanda transporte público e malha viária de qualidade, o que nem de longe parece ser o caso. Se a coisa continuar neste pé, daqui a pouco, para chegar ao trabalho ou a escola, só mesmo sequestrando o trem fantasma do parque de diversões. E há ficar saudade daquele tempo que em saía, de fato, um trem para Jaçanã às 11h.

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