UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Gritos de ordem

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Gritos de ordem

Eta que a escrita anda cansativa nesses últimos dias. É tanta notícia ruim na imprensa local e nacional, que tem me sobrado pouca motivação para falar das flores.

Mas para cada picada de cobra, há sempre um soro antiofídico nesse mundo. E o antídoto mais indicado nesse momento, caro leitor, se chama: mobilização. Concordo, contudo, que há mobilizações de todos os tipos. Algumas são formas bem estranhas, como aquela escolhida pela cantora Madonna para incentivar os eleitores norte-americanos a votar em Hillary Clinton: "Madonna prometeu, durante um show nesta terça-feira (18), em Nova York, fazer sexo oral em quem votar em Hillary Clinton na eleição presidencial dos EUA", relata notícia publicada hoje no jornal Hoje em Dia online.  

Segundo a referida notícia, Madonna teria se dirigido ao público nos seguintes termos: "Se você votar em Hillary Clinton, vou lhe fazer sexo oral (...) Ok? Eu sou boa nisso. Costumo olhar nos olhos e engulo". Não sei se ela conseguiria muitos novos eleitores, nem mesmo se teria disposição para cumprir a promessa, mas, de qualquer forma, estou certa de que Bill Clinton aprovaria o método.

Outra mobilização com slogan contundente aconteceu na cidade do México, onde palhaços de diversos países da América Latina protestam contra a nova tendência de pessoas saírem travestidas de palhaços assustadores para assustar a população local. Nascida nos EUA e disseminada por outros países, como Reino Unido, Austrália e Brasil, a prática é de gosto duvidoso e deixou um gosto amargo na boca daqueles que fazem desta arte seu ganha-pão.

"Parem com essa palhaçada", gritaram durante congresso anual naquela cidade. "Somos palhaços, não assassinos," reivindicam eles. Preocupados com o impacto negativo desta tendência no seu modesto meio de vida, os palhaços de verdade mandam um recado para suas plateias: morrer, só se for de rir. De susto, jamais!

Por fim, alunos da área de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Minas Gerais resolveram ocupar o Centro de Atividades Acadêmicas 1 (CAD1) para protestar contra a proposta da PEC 241 - aquela emenda constitucional que congela os investimentos em saúde e educação por vinte anos. A proposta, que foi lançada após o anúncio da redução do orçamentos das instituições de ensino federais em 45% para o ano que vem, tem por objetivo fazer o drama do sucateamento da universidade pública, gratuita e de qualidade perdurar por mais duas décadas.

Parar com a palhaçada, eis o querem o quanto antes os estudantes. Do contrário, eles pensarão muito seriamente em convidar a Madonna a atuar em sua defesa lá no Congresso Nacional. Fila de adesões garantida.

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