UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: novembro 2016

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Retratos: quem quer?

Tcham, tcham, tcham!

Após longa e vigorosa primavera, resolvi dar uma breve passada por aqui para fazer uma postagem pouco usual.

Seguinte: o mundo gira, a vida anda, mas o que tem de ser, acaba sendo. 

Muitos de vocês sabem (e quem não sabe, ficará sabendo agora) que: além de contar muita potoca aqui nesse blog sobre matérias publicadas diariamente nos jornais, principalmente matérias de ciência; além de pesquisar e ter o desvio de caráter de escrever artigos sobre tendências da comunicação científica; além de possuir uma formação em ilustração científica; além de nadar e praticar ioga regularmente... eu também faço retratos sob encomenda! 

Deixo aqui dois pequenos exemplos do meu trabalho (tendo a publicação de ambos sido devidamente autorizada por seus respectivos demandantes).





Enfim, quem se interessar em oferecer um presente muito especial como este, basta deixar um comentário ou enviar uma mensagem privada por aqui mesmo.

Ah, agradeço desde já a divulgação.

Abraços para quem fica!

sábado, 19 de novembro de 2016

Amizade artificial

Não era para acontecer, mas aconteceu. 

Guia turístico na cidade de Churchill, província de Manitoba (Canadá), David Des Meulles leva dois visitantes para conhecer uma propriedade bastante frequentada por ursos polares. E foi exatamente isto o que eles encontraram: ursos polares.

No entanto, a cena, que foi devidamente registrada em vídeo, superou as expectativas: o que lá se viu foi "um imenso urso polar acariciando um pequeno cachorro preso a uma corrente, que facilmente poderia ter se tornado o almoço".

O dono da propriedade em questão, Brian Ladoon, bastante habituado a encontros "nem tão amigáveis" entre ursos e cães, deve ter ficado com a pulga atrás da orelha. "Não por acaso, a agência para o desenvolvimento sustentável de Manitoba removeu três ursos polares da propriedade de Ladoon na semana passada por causa de encontros nada amigáveis com os cães". Um deles, inclusive, resultou na morte de um dos seus cães.

Ladoon, por sua vez, também foi alvo de críticas pelo especialista em vida selvagem no Ártico e professor na Universidade de Alberta, Ian Stirling. Segundo este, Ladoon não deveria manter seus cães presos na corrente, pois eles ficam totalmente vulneráveis aos ursos. "A relação de aparente amizade entre o urso e o cão é artificial, e nunca aconteceria na natureza", afirma.

Resumo da ópera: enquanto procuramos culpados e analisamos cenários prováveis, urso e cachorro mandam às favas as convenções e viram "brothers" de longa data.

É o amor irrompendo nos rincões mais improváveis deste planeta. Será?

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Chuva estatística

Arautos do pessimismo, jogai vossas armas no chão: eis que a quinta-feira chega trazendo notícias fresquinhas com elevada significância estatística!

Depois de a vitória de Donald Trump nos EUA solapar qualquer confiança que por ventura ainda  existisse nas chamadas pesquisas eleitorais, eis que o show da banda norte-americana Guns'n'Roses - marcado para acontecer em São Paulo nesta 6a feira, dia 12 de novembro - promete reverter o presente cenário de descrédito generalizado.

"Com 70% de chance de chuva, Guns leva 'November Rain' ao palco na 6a," conclama a chamada da Folha de S. Paulo para o evento. E para convencer os mais céticos e resistentes aos prognósticos de chuva (já que a probabilidade da banda tocar a canção acima é de 100%), o jornal recorrer a experiências pregressas: "A banda americana já protagonizou duas apresentações no Brasil debaixo de temporal. A primeira, no auge da popularidade do grupo, em 1992, no estacionamento do Anhembi em São Paulo. A segunda aconteceu no Rock in Rio 4, em 2011." 

Portanto, quem estiver em São Paulo, que abra a sombrinha e comemore. E se esta não foi, sem dúvida, uma grande jogada de marketing para restaurar a credibilidade dos estatísticos, então, pelo menos, será a chance de molhar o pé e relembrar os sucessos que o cantor-minhoca-rebolante embalava lá pelos idos dos anos 1980 e 1990. 


terça-feira, 8 de novembro de 2016

Sobre asas, rumores e temores

Ok, acidentes acontecem. Mas este envolvendo um brasileiro não identificado no Museu de Arte Antiga de Lisboa parece ser realmente um sinal dos tempos. Segundo notícia publicada hoje no jornal O Globo online, o turista em questão "quebrou uma estátua datada do século XVIII ao tirar uma selfie ao lado da obra."

Em nota, o Ministério da Cultura português descreve o acidente em termos até um tanto condescendentes: "o acidente ocorreu quando o visitante, estando a fotografar uma outra obra, recuou sem olhar, não parou apesar dos alertas do vigilante, e foi contra a peça que se encontrava em cima de um plinto" (sim, escreve-se com "l" mesmo).

Apesar de os danos terem sido considerados "recuperáveis" pelo diretor-adjunto do museu, José Alberto Carvalho, a estátua em questão - que é de São Miguel arcanjo, tem quase dois metros de altura e é de autoria desconhecida - acabou saindo com as asas, uma parte do manto e um dos braços quebrados.

Sem asas, a estátua de São Miguel arcanjo passará por restauro, mas não sem antes levantar rumores e temores deste e daquele lado do Atlântico. 

O rumor diz respeito à possibilidade da estátua mudar de nome enquanto o restauro não sai e vir a se chamar provisoriamente Anjo da Laodiceia (em referência ao anjo de asas quebradas do Apocalipse). O temor envolve a probabilidade, ainda que remota, de que a banda sertaneja Brilha Som venha escolher o Museu de Arte Antiga de Lisboa para gravar um outro clipe  para a sua canção "Anjo sem Asa". 

Neste último caso, por mera precaução, aventa-se a proibição de selfies de qualquer espécie aos fãs da banda, de modo a evitar que o museu inteiro venha abaixo.