UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: setembro 2015

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Recorde de calor


Olhos parados no horizonte. Já são quase 23h, mas ainda sim a noite trouxe pouco alívio para essa cidade que acaba de ter seu novo recorde de calor no ano batido hoje: 36,9oC.

Nada disso é familiar aos habitantes da Roça Grande. Não conhecemos calores nem frios extremos. Vivemos em uma espécie de meio termo climático que nos torna chatos e exigentes com a meteorologia.

Mal sabíamos que o pior inimigo vem de dentro - e não de fora. Assim é com o calor, tipo de inimigo que se aloja nas entranhas e passa fazer parte do seu ser.  A sensação de frio já vai tão longe que é como se nunca tivéssemos sentido isso antes, como se a vida se resumisse a um suspiro melancólico, desses que deixamos escapar quando sentimos falta de algo que ainda não conhecemos.

Muito bem, senhoras e senhores: com tanta novidade no ar, eu hoje farei um pouco diferente. Não vou reclamar, analisar, nem sequer denunciar. Apenas vou aceitar e agradecer o tempo que faz neste momento. Hoje, um recorde de calor foi batido. Amanhã, ele poderá batido novamente.

Então, para que se preocupar?

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Acima da média

Ei, você aí, que tanto se esforçou para ser uma pessoa diferenciada: caso já não more, chegou a hora de se mudar para a Roça Grande e passar uma primavera bem "acima da média".

6 graus acima da média, para ser mais exata! É o que prevê o técnico de meteorologia da Cemig, Geraldo Paixão, em notícia publicada hoje no jornal Hoje em Dia online: “Usualmente, temos no mês de setembro temperaturas na casa dos 27°C em Belo Horizonte. Este ano, os termômetros devem continuar registrando de 32°C a 33°C”, detalha.

Se, por um lado, o calor de hoje fez os cidadãos da capital mineira soltarem fogo pelas ventas logo no primeiro dia da primavera de 2015, por outro lado, também há que se reconhecer que São Pedro será mais clemente conosco este ano: as chuvas nos farão visitas constantes ao longo da estação. "Previstas com regularidade para todo o período, elas devem começar a partir deste sábado e se alternam, semanalmente, em função da chegada de frentes frias."

Se a notícia das chuvas regulares não refrescaram em nada o efeito psicológico de um calor acima da média, melhor ir desistindo da vida.  Além dos 6 graus acima da média, a alta do dólar somada ao aumento do valor pago pela corrida de táxi entre o Aeroporto John Fitzgerald Kennedy e Manhattan hão de congelar seus sonhos de uma brisa cálida em Nova Iorque neste próximo verão brasileiro: "a corrida de táxi entre o Aeroporto John Fitzgerald Kennedy e Manhattan ficará mais cara durante o horário de rush em dias úteis, segundo o 'The New York Times'. O valor inicial da corrida, sem as taxas, passará de US$ 52 para US$ 56,50".

Contra aquele se alegrou ao gritar "não vai ter copa",  existe também o outro que grita "não ter vai sacolagem em Nova Iorque". Que peninha! Essa primavera está mesmo de derreter o coração!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Sangue ilegal

Aos que advogam pela popularização da ciência, não custa lembrar: lembrar os erros e abusos da ciência é uma missão moral. Afinal, se não nos lembrarmos das derrapadas passadas, como iremos corrigi-las no presente?

Um exemplo disso são as devoluções de amostras de sangue de povos Ianomâmis, coletadas ilegalmente por instituições de pesquisa norte-americanas nos idos dos anos 1960. Essas devoluções vem sendo mediadas pelo nosso Ministério Público Federal, que vem mediando a devolução "aos índios ianomâmis, nesta segunda-feira (21), [de] 474 amostras de sangue coletadas por cientistas norte-americanos sem consentimento dos índios e sem autorização brasileira, em 1967".

A querela com as instituições de pesquisa norte-americanas começou com a publicação do livro "Trevas no Eldorado", pelo jornalista norte-americano, Patrick Tierney, em 2000. Tierney acusou o geneticista James Neel e o antropólogo Napoleon Chagnon de recolherem, sem consentimento, milhares de amostras de sangue ianomâmi no Brasil e na Venezuela.

Desde então, o Ministério Público Federal vem mapeando, "por meio de uma articulação entre sua Secretaria de Cooperação Internacional e o Itamaraty", a localização das "amostras recolhidas ilegalmente e negociar, extrajudicialmente, com as instituições nos Estados Unidos". Dentre as portadoras dessas amostras, encontram-se a Universidade Estadual da Pensilvânia, o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos,  a Universidade de Ohio, a Universidade Northwestern e a Universidade da Pensilvânia. De acordo com a procuradora Deborah Duprat, "coordenadora da Câmara do MPF que atua na defesa dos povos indígenas, o Brasil 'não tem nenhuma informação' sobre que tipo de pesquisa foi ou seria feita com o sangue coletado irregularmente".

Apesar da devolução, a responsabilização dos responsáveis pelas coletas parece ser algo um tanto quanto remoto. O geneticista James Neel acabou falecendo em 2000, ano da publicação do livro-denúncia, sem sequer ter sido investigado. Quanto ao antropológo, Napoleon Chagnon, este acabou inocentado pela Associação Americana de Antropologia. Na visão da Procuradora Duprat, "como as coletas foram realizadas na década de 1960, quando não havia leis específicas, não há como punir agora os responsáveis".

A primeira remessa das amostras chegou ao Brasil em abril de 2015, vindas da Universidade Estadual da Pensilvânia. As atuais foram trazidas do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. Todas as amostras estão sendo encaminhadas à aldeia ianomâmi localizada em Roraima, para serem enterradas. "Para a etnia, o enterro tem um importante valor simbólico", explica a notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo. Nas palavras do líder ianomâmi, Davi Kopenawa, "a terra é nossa mãe, então, tem que devolver para ela".

A única coisa que  jamais terá devolução serão as resultados das pesquisas realizadas com amostras de sangue ilegais dos Ianomâmis. Esses aí, por sua vez, não merecem nem sequer serem lembrados.

sábado, 19 de setembro de 2015

Ignóbeis

A Ciência (com "c" maíusculo) costuma ser sisuda e raramente procura motivos para o riso - a não ser,  claro, que o riso seja seu próprio objeto de estudo.

Não é bem este o caso da 25ª edição do Ig Nobel, cerimônia promovida pela Universidade de Harvard para premiar "estudos que propõem abordagens e teses curiosas e pouco usuais, mas fazem parte da construção do conhecimento." No caso do Ig Nobel, o riso não é necessariamente objeto de estudo dos trabalhos contemplados em 12 áreas do conhecimento, mas uma consequência para quem toma conhecimento deles.

Explico: ao expor o caráter "pouco usual" dos estudos, o prêmio expõe seus autores e coautores ao ridículo, no sentido mais raso do termo - o que, de acordo com o Dicionário Houaiss, vem a ser "aquilo que provoca riso, escárnio ou zombaria". Basta ver o prêmio concedido aos vencedores de cada categoria: "os vencedores recebem um troféu e uma nota de dez trilhões de dólares do Zimbábue (a moeda, extinta este ano, tinha a cotação de 250 trilhões de dólares zimbabuanos por US$ 1) das mãos de verdadeiros laureados". Ou seja: para uma premiação de mentirinha, dinheiro de mentirinha.

Bem, se o objetivo real for mesmo o escárnio coletivo,  que interesse teriam os autores em participarem da premiação? Há, a meu ver, algo de mais insano nessa encenação toda: por mais que estejam presentes as estrelas do verdadeiro Prêmio Nobel, deve haver algo de muito mais sedutor do que simplesmente receber dinheiro de mentirinha da mão dos verdadeiros laureados.

Por fim, mais uma questão instigante levantada pelo Ig Nobel: se as conclusões desses 12 estudos realmente se prestarem ao ridículo, como continuar dando credibilidade aos pareceristas dos periódicos que revisaram esses trabalhos e às instituições que os financiaram?

Se a resposta não parece tão simples, pelo menos o riso há de ser garantido. Segue, logo abaixo, uma compilação dos ganhadores em cada área contemplada no concurso Ig Nobel, de acordo com notícia publicada hoje no jornal O Globo online:

Ig Nobel de Medicina: ganharam Hajime Kimata, diretor do Departamento de Alergia do Hospital Kyouwakai, em Osaka, no Japão, e Jaroslava Durdiaková , da Universidade Comenius, em Bratislava, na Eslováquia. "Kimata descobriu que o ato de beijar influencia as defesas contra alergias provocadas por pólen e ácaros. O estudo de Jaroslava demonstrou ser possível recuperar traços genéticos na saliva trocada durante o beijo".

Ig Nobel de Física: ganhou David Hu, que "descobriu que praticamente todos os mamíferos, não importa o tamanho, demoram o mesmo tempo para esvaziar a bexiga, aproximadamente 21 segundos".

Ig Nobel de Química: o vencedor é Gregory Weiss, que "descreveu uma nova técnica para 'descozinhar' ovos, que poderá ser usada não na culinária, mas no desenvolvimento de novas drogas pela indústria farmacêutica".

Ig Nobel de Administração: venceu Raghavendra Rau, "que descobriu que muitos empresários de sucesso desenvolveram o gosto pelo risco ao vivenciarem desastres naturais durante a infância, mas sem serem afetados diretamente".

Ig Nobel de Economia: a vencedora foi a Polícia Metropolitana de Bangkok, Tailândia, "por oferecer pagamento extra a policiais que rejeitarem suborno".

Ig Nobel de Matemática: quem venceu foi o trabalho liderado por Elisabeth Oberzaucher, "por tentar usar técnicas matemáticas para entender como Mulai Ismail, Imperador do Marrocos entre 1672 e 1727, conseguiu ser pai de 888 crianças".

Ig Nobel de Biologia: venceu Bruno Grossi, que "observou que uma galinha com um peso preso na parte traseira caminha como um dinossauro"

Ig Nobel de Medicina Diagnóstica: venceu Diallah Karim, que "descobriu que sentir dor ao passar por um quebra-molas indica a presença de uma apendicite aguda".
uído sem autorização. 

Ig Nobel de Fisiologia: os vencedores foram Justin Schmidt e Michael Smith, por seus estudos relacionados a dor. "Smith se doou ao trabalho, ao deixar ser picado por abelhas em 25 partes do corpo para descobrir onde as dores são menos (cabeça, ponta do dedo médio e braço) ou mais (narina, lábio superior e pênis) intensas".

Isso é o que eu chamo de observação participante!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Vestigial

Hoje o dia foi de grandes surpresas. E das boas!

A primeira delas foi a descoberta de pulmão no celacanto, "imenso peixe, remanescente de épocas passadas quando os dinossauros habitavam o planeta". Os espécimes atuais do celacanto são hoje "encontrados em águas profundas do Oceano Índico, na costa leste do continente africano e na Indonésia, se alimentam de lulas e polvos e têm mandíbulas articuladas".  Até sua descoberta em 1938, muitos acreditavam que ele já estivesse extinto.

Mas as boas surpresas não param por aí. Contrariando uma tendência triste na cobertura de ciência no nosso país, o jornal O Globo online resolveu romper o padrão e entrar em contato direto com um dos autores do artigo - o que, por si só, já é uma grande conquista, pois raramente os autores dos estudos divulgados são entrevistados diretamente pelos jornais brasileiros. Fora isso, o artigo do O Globo teve a retidão jornalística de inserir um link para o artigo original, publicado ontem na revista Nature, outro hábito louvável raramente cultivado pela nossa cobertura de ciência.

Por fim, e não menos importante, temos a procedência do pesquisador pesquisado: o paleontólogo responsável, Paulo Brito, é pesquisador da Uerj e líder do estudo - o que também é outra raridade em termos de cobertura de diária de ciência pela grande imprensa, dado que os jornais daqui têm se contentado, via de regra, com os informantes consultados pelas agências de notícias (e isso - pasmem! - mesmo quando há brasileiros na equipe).


A presença de um pulmão vestigial no celacanto diz muito do seu processo de adaptação ao longos de milhões de anos. "Nos fósseis, o pulmão ocupa mais da metade da cavidade abdominal, o que mostra que os celacantos usavam o órgão para respirar. Isso indica que, no passado, esses peixes viviam em águas superficiais, provavelmente com baixos níveis de oxigenação. Na medida em que foram emigrando para águas mais profundas, o pulmão foi dando espaço a uma outra estrutura, uma bolsa gordurosa que ajuda o animal a controlar a flutuação nas profundezas do oceano".

No final das contas, ficou uma grata impressão: mesmo sendo "vestigial", uma cobertura minimamente adequada das fontes científicas não só é desejável, como também plenamente possível. Torçamos, porém, para que esse protocolo mínimo de cobertura das fontes de ciência não tenha o mesmo fim do pulmão do celacanto: ter tem, só que acabou.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Cabeça móvel


Lembra quando alguém dizia que estava prestes a "perder a cabeça" e fazer alguma bobagem? Pois saiba que, se essa pessoa perder mesmo, vai ter gente de olho no seu corpo: equipe de médicos chineses e italianos, liderados pelos médicos Ren Xiaoping e Sergio Canavero, anuncia para 2017 o primeiro transplante de cabeça da história deste asteroide pequeno que todos chamam de Terra.

Anunciada durante o encontro anual da Academia Americana de Cirurgiões Neurológicos e Ortopédicos, em Maryland (EUA), na semana passada, a cirurgia ainda depende de testes suplementares: "o procedimento só será realizado se testes e pesquisas preparatórias forem bem sucedidas", informam os pesquisadores. A cirurgia está prevista para acontecer na Harbin Medical University (China) e terá como protagonista Valery Spiridonov, um russo de 30 anos de idade, que "terá a cabeça separada do corpo e implantada no corpo saudável de um doador, que tenha tido uma morte cerebral".

 A procedência do doador, contudo, está no cerne dos debates éticos em torno da cirurgia. "Xiaoping, por exemplo, se recusou a dizer de onde viria o doador do corpo." Apesar do relativo grau de incerteza sobre quem será o doador e como ele será trazido até a equipe médica, esta última permanece otimista: "as chances disso funcionar são de 90%, mas é claro que existe um risco marginal. Eu não posso negar — afirmou Canavero".

 Spiridonov, que "sofre de atrofia muscular espinhal, doença degenerativa progressiva e sem cura", parece disposto a correr todos os riscos: "Ele é um homem corajoso, em uma condição horrível. Vocês precisam compreendê-lo. Para ele, a medicina ocidental falhou, não tem nada a oferecer". Vejamos, pois, o que medicina sino-italiana tem a oferecer. Uma coisa, contudo, é certa: uma pessoa prestes a ganhar um novo corpo, certamente pensará duas vezes antes de perder a cabeça.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Na Lama

Receita para transformar lama em ouro em pó!

O empresário Roberto Medina encontrou uma forma nada ortodoxa de ficar um pouquinho mais rico. Não, não se trata de vender água no deserto, como podem ter pensado as mentes menos fantasiosas. Ele vai vender lama - pasmem! - daquela mesma em que tantos chafurdaram no saudoso Rock In Rio organizado em 1985.

É a notícia publicada no jornal O Globo online que avisa: "a organização do evento anunciou que vai vender a 'lama sagrada' do terreno original durante a próxima edição do festival, que acontece entre 18 e 27 de setembro". O empresário, por sua vez, se defende, jogando a culpa na demanda: "Todo santo dia encontrava alguém que me pedia lama", afirmou ele em entrevista ao Portal Uol. Dito e feito: "a lama foi recolhida com baldes pela equipe de Medina, que ainda se diz impressionado com essa 'doideira' ".

Fato é, prezado leitor, prezada leitora, que, doido ou não, o homem deixaria qualquer alquimista no chinelo. Com a venda do seu novo produto, muito ouro haverá de migrar para o seu bolso, já que "o exótico souvenir será comercializado nas lojas oficias em pequenos blocos imprensados em placas acrílicas, em quantidade limitadas, custando cerca de R$ 100".

Para fechar com chave de ouro (e sem perder a chance do trocadilho), o produto já chega ao mercado com reputação de raridade: "Com a melhoria na drenagem, as mudanças de local e a instabilidade do clima, as imagens de 1985 não se repetiram nas edições seguintes".

Lama nunca mais. Mas se tiver de seer, que vire logo ouro em pó!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Os Gigantes Ratos do Bem

As multidões de refugiados que partem em fuga desesperada de países em guerra foram o assunto da semana. E com razão: conflitos, violência, fome e uso de armas químicas têm sido as principais motivações de centenas de milhares de pessoas deixarem tudo o que pertencem para trás em busca da sobrevivência.

Se, por um lado, o problema das guerras é seu efeito prolongado, por outro, a solução pode vir dos lugares mais inesperados. Este parece ser o caso das minas terrestres, que vêm causando mortes de forma contínua, mesmo após o final declarado das guerras. Segundo notícia publicada hoje na Folha de S. Paulo, "resquícios de guerras civis das últimas décadas, minas terrestres, bombas de fragmentação e outros explosivos ainda são uma triste realidade em todo o mundo, mas principalmente em países da África".

As estimativas assustam: acredita-se que cerca de 56 nações contenham território minado. E o número de mortos e sequelados decorrentes da detonação das minas é subestimado, já que muitos casos são subreportados: "Segundo a Landmine and Cluster Munition Monitor, em relatório publicado em novembro de 2014, 3.308 pessoas morreram devido a essas armas em 2013". Dessas pessoas que perderam a vida, "a maioria das vítimas conhecidas era civis (79%) e, dos civis, 46% eram crianças. O número de feridos no mesmo período é de ao menos 226 mil".

Uma solução para os efeitos duradouros das minas terrestres foi encontrado pela ONG Apopo (do holandês Anti-Persoonsmijnen Ontmijnende Product Ontwikkeling, isto é, Detecção e Desenvolvimento de Produtos Antiminas Terrestres).  A ideia é treinar ratos da espécie Cricetomys gambianus, também conhecidos como "rato gigante da Gâmbia", que, graças ao seu faro e à sua longevidade e capacidade de adaptação às condições ambientais de países como Angola, Moçambique, Tanzânia e Camboja, são capazes de detectar os explosivos das minas terrestres.

Treinados na Universidade de Agricultura Sokoine, em Morogoro (Tanzânia), os ratos têm capacidade de "detectar e a sinalizar a presença de TNT (trinitrotolueno) no solo", mas com vantagem em relação aos seres humanos: "Cada rato tem capacidade para esquadrinhar 200 metros quadrados em 20 minutos —o trabalho, se feito por um homem, pode levar um dia inteiro para apenas 50 m2".

A bem da verdade, o Cricetomys gambianus tem muitas outras vantagens sobre os seres humanos. Além de eles não colocarem minas sob o solo de outras espécies e muito menos da sua própria, eles identificam e permitem a correção de erros produzidos pela nossa espécie.  Por estas razões, "os ratos recebem carinho de seus cuidadores, têm sua saúde monitorada e são alimentados de forma balanceada". Além disso, "também podem brincar uns com os outros, ainda que se evite deixar dois machos juntos, pelo perigo de brigas".

Ok, ok. Nem tudo é perfeito!