Ok, acidentes acontecem. Mas este envolvendo um brasileiro não identificado no Museu de Arte Antiga de Lisboa parece ser realmente um sinal dos tempos. Segundo notícia publicada hoje no jornal O Globo online, o turista em questão "quebrou uma estátua datada do século XVIII ao tirar uma selfie ao lado da obra."
Em nota, o Ministério da Cultura português descreve o acidente em termos até um tanto condescendentes: "o acidente ocorreu quando o visitante, estando a fotografar uma outra obra, recuou sem olhar, não parou apesar dos alertas do vigilante, e foi contra a peça que se encontrava em cima de um plinto" (sim, escreve-se com "l" mesmo).
Apesar de os danos terem sido considerados "recuperáveis" pelo diretor-adjunto do museu, José Alberto Carvalho, a estátua em questão - que é de São Miguel arcanjo, tem quase dois metros de altura e é de autoria desconhecida - acabou saindo com as asas, uma parte do manto e um dos braços quebrados.
Sem asas, a estátua de São Miguel arcanjo passará por restauro, mas não sem antes levantar rumores e temores deste e daquele lado do Atlântico.
O rumor diz respeito à possibilidade da estátua mudar de nome enquanto o restauro não sai e vir a se chamar provisoriamente Anjo da Laodiceia (em referência ao anjo de asas quebradas do Apocalipse). O temor envolve a probabilidade, ainda que remota, de que a banda sertaneja Brilha Som venha escolher o Museu de Arte Antiga de Lisboa para gravar um outro clipe para a sua canção "Anjo sem Asa".
Neste último caso, por mera precaução, aventa-se a proibição de selfies de qualquer espécie aos fãs da banda, de modo a evitar que o museu inteiro venha abaixo.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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