UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: janeiro 2016

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Autismo transgênico

Vejam só o que nossos quase-antípodas andam fazendo do outro lado mundo.

Notícia publicada hoje no jornal O Globo online relata experimento de pesquisadores chineses que decidiram, por meio de manipulação genética, alterar o DNA de embriões de macacos para torná-los autistas. O objetivo é conhecer os circuitos cerebrais responsáveis pelo transtorno, de modo a promover intervenções para mitiga-lo.

"Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas de Xangai, na China, injetaram nos animais um vírus contendo múltiplas cópias de MeCP2, gene que, quando duplicado, gera um transtorno de autismo. Esse gene não é a única causa conhecida para a síndrome, mas é uma das estudadas recentemente pelos cientistas chineses", relata a notícia.

Os cinco macacos geneticamente modificados acusaram mudança de comportamento padrão, uma vez que "andavam com frequência em círculos, gastavam menos tempo interagindo com os outros e mostraram sinais de ansiedade — todos indícios de transtorno de autismo". 

Entusiasmado, Zilong Qiu, autor principal do estudo publicado na revista Nature desta semana, já faz planos para um futuro próximo: "Assim que soubermos quais circuitos cerebrais são os responsáveis por isso, poderemos começar a intervir nesses transtornos, usando, por exemplo, estimulação cerebral não invasiva ou terapia de gene (tratamento que consiste na substituição de genes defeituosos ou ausentes)", afirmou em uma coletiva à imprensa.

Contudo, membros da comunidade científica como o professor Huda Zoghbi, da Universidade Baylor de Medicina, recomendam cautela, já que "os genes modificados que não refletem exatamente os efeitos da versão humana da doença, tais como problemas cognitivos e convulsões". Some-se a isso o elevado custo de pesquisas dessa natureza, já que "criar um macaco na China, hoje, custa cerca de US$ 3 mil, e manter os custos de uma instalação para macacos costuma exigir entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão por ano." Ainda de acordo com a notícia, será necessário produzir centenas de macacos geneticamente modificados para distribuição em diversas instituições.

Enquanto isso, no Brasil, país onde as universidades e instituições públicas de pesquisa têm sentido a mão pesada dos cortes de orçamento promovidos pelo governo federal, a façanha da produção macacos transgênicos para estudo do autismo parece estar fora de cogitação, pelo menos por enquanto. Com as restrições orçamentárias impostas desde o ano passado, a saída mais viável será a produção de macacos autistas por método alternativo: ao invés de manipulação genética de alto custo, recomenda-se método alternativo mais em conta. Por que não munir cada cobaia com um smartphone com pacote de dados para acesso a Internet e fones de ouvido? Além de possibilitar ensaios clínicos em seres humanos, a receita é infalível para produzir toda uma geração de humanos autistas!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Fantasia besta

Pois é, minha gente. Carnaval chegando e, com ele, o afã de buscar aquela fantasia mais adequada ao gosto e às possibilidades financeiras de cada um. No entanto, a falta de bom senso de uma parcela da indústria do carnaval pode não só colocar em xeque o aspecto lúdico da fantasia, como também provar que o mau gosto, às vezes, não tem mesmo limites.

O site Amazon.it, versão italiana de uma das maiores multinacionais do famoso site de comércio eletrônico, anunciou um modelo de fantasia infantil capaz de deixar qualquer folião (italiano, brasileiro ou de qualquer outra nacionalidade) de queixo caído: "Às vésperas do carnaval italiano, a venda de fantasias infantis de 'refugiados' na Amazon.it causou polêmica a ponto de o site cancelar a anúncio poucas horas depois". 

Anunciados na seção "Fantasias de Carnaval", os modelitos podiam ser adquiridos, respectivamente, pela bagatela de 24 e 36 euros cada. Obviamente, a jogada de marketing não passou despercebida de "instituições ligadas à Igreja Católica e os próprios clientes do site", que, em pouco tempo, "criticaram a oferta visto que a questão dos refugiados que escapam da Síria é um problema sério."

Curiosamente, a brilhante jogada de marketing carnavalesco veio à tona justamente no mesmo dia em que "os ministros do Interior voltaram a pedir nesta segunda-feira que a Grécia controle melhor sua fronteira com a Turquia", em resposta ao elevado número de refugiados sírios que estão entrando na Zona do Euro por esses dois países. A expectativa é que, "só em 2015, mais de um milhão de refugiados entraram na Europa pelo território grego, depois de arriscadas travessias em embarcações precárias a partir da Turquia". 

A Ministra austríaca, Johanna Mikl-Leitner, pareceu não ver a menor graça na enxurrada de problemas humanitários que ameaçam a zona de livre circulação do bloco, já que países como Alemanha, Áustria, França e Suécia vem adotando medidas de controle de fronteira temporariamente, a fim de conter a entrada de refugiados na Zona do Euro. A ameaça foi clara: "Se não conseguirmos proteger a fronteira greco-turca, então a fronteira da UE vai se descolar para a Europa Central", afirmou a ministraIsso, claro, se as autoridades nacionais do resto do bloco europeu conseguirem realmente "serrar" a Grécia e a Turquia do continente - e joga-las ao mar.

Para os que adoram se lambuzar nas piadas politicamente incorretas e de humor questionável, deixo um complemento sórdido para a narrativa: cada uma das duas crianças-modelo que apareciam no anúncio publicado na Amazon.it trazia uma malinha na mão. 





sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Alarme falso

Lua cheia chegando e, com ela, os ânimos ficam cada vez mais exaltados. Que tal então uma notícia leve para começar o fim de semana respirando aliviado?

A boa-nova do momento é que não há atentados-bomba aqui na Roça Grande. Pelo menos, é o que dá a entender a notícia publicada hoje no jornal Hoje em Dia online. O Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) havia sido acionado nesta manhã de 6a feira, dia 22 de janeiro de 2016, no intuito de "apurar uma ameaça de bomba na avenida Cristiano Machado, na altura do bairro Cidade Nova, região nordeste da capital".

Ainda de acordo com a notícia, o objeto suspeito, que "se encontrava em uma banca de jornal, que fica no estacionamento do supermercado", nada mais era do que um "rastreador de veículos abandonado no local".

Infelizmente, pouco se sabe sobre o real motivo que levaria um rastreador de veículos a ser abandonado no estacionamento de um supermercado. Fontes anônimos asseguraram, contudo, que o rastreador passa bem e já foi encaminhado para adoção após o resgate do GATE.

Apesar de a equipe do GATE ter sido deslocada inutilmente até o local, ficou para nós, belo-horizontinos, um grande consolo: morar numa Roça Grande também tem lá as suas vantagens, principalmente quando se trata da lentidão com que determinados requintes da "modernidade" chegam até aqui.

Aliás, desse tipo de requinte aí, estamos fora! 

Bom fim de semana para quem fica. Lua cheia no céu. Se beber, não dirija.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Cabeça de bacalhau

Mistérios no espaço...

Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia acabam de relatar "boas evidências" de que nosso sistema solar possui um nono planeta, supostamente localizado no longínquo Cinturão de Kuiper.

O caminho da demonstração, publicado na revista Astronomical Journal, é, contudo, um pouco mais complexo para nós, pobres mortais leigos. Para início de conversa, supõe-se que ele existe, muito embora não tenha sido ainda avistado por nenhum instrumento óptico. No caso do Planeta 9 (tal como ele tem sido chamado), os cientistas "basearam a descoberta em cálculos matemáticos e modelagem computadorizada, e anteciparam sua descoberta via telescópio, que deve acontecer dentro de cinco anos ou menos".


Ou seja, apesar de desconhecido, o danado do Planeta 9 é que nem cabeça de bacalhau: todo mundo sabe que existe, mas ninguém nunca viu. Com a peculiaridade, claro, de já ter previsão para a descoberta. "Isso é uma previsão, O que nós encontramos foi uma assinatura gravitacional do Planeta 9, escondido na periferia do sistema solar", afirma um dos autores do artigo, Konstantin Batygin. 

O outro autor, Mike Brown, possui um recheado currículo de descobertas astronômicas, dentre as quais a de Sedna, "um grande asteroide que orbita na fronteira do sistema solar" e que estaria supostamente sendo influenciado, juntamente com outros 5 corpos celestes, pela presença do Planeta 9. Mas Brown ganhou projeção sobretudo pelo rebaixamento, em 2006, do nosso petitico Plutão à condição de planeta-anão. 

Tamanho, contudo, não parece ser a preocupação do Planeta 9, pois "imagina-se que o gigante gasoso seja quase tão grande quando Netuno e orbita (sic) a bilhões de quilômetros de distância da órbita do oitavo planeta". Já Plutão, que nunca se recuperou totalmente do golpe desferido por Brown, ficou visivelmente perturbado com a possível existência do Planeta 9, o cabeça de bacalhau. Em nota à imprensa, Plutão preferiu se resguardar do debate planetário em torno da existência do Planeta 9. De acordo com a sua melhor amiga, a sonda New Horizons, Plutão tem preferido curtir férias na casa de alguns amigos astrólogos que, no final das contas, parecem ser os únicos darem crédito para os trânsitos do planeta-anão.

Fim do debate. Quem vir o Planeta 9 primeiro desenha aqui para a gente ver como é mesmo uma cabeça de bacalhau.





terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Xô, solidão!

Nesses tempos turbulentos de transição planetária e sei lá mais o quê, cada qual vem encontrando a sua forma de espantar a solidão.

Scott Kelly, aquele mesmo astronauta pop que mandou um alerta sobre o aquecimento global lá do espaço, durante a COP-21, resolveu curar a solidão fazendo jardinagem: "O astronauta tem cultivado flores desde que seu colega, membro da mesma tripulação, Kjell Lindgren, retornou à Terra, em dezembro," relata notícia publicada hoje no jornal O Globo online. 

Com isso, Scott Kelly conseguiu pelo menos duas coisas: primeiro, obter a primeira flor totalmente cultivada no espaço, uma flor zinnia de cor laranja; segundo, mostrar que ele tem algum senso de humor, ao afirmar que há, seguramente, "outras formas de vida no espaço!"

Em um outro "campo de atuação", por assim dizer, uma igreja que ainda está em construção na cidade de Chiayi, China, também promete matar a solidão de muitos: "Com o formato de um sapato de salto alto, ela deverá ser usada para casamentos e ensaios fotográficos, e não para fins religiosos".

A igreja, que tem cerca de 17 metros de altura e 11 metros de comprimento, tem ainda a particularidade de estar sendo construída em estrutura de vidro azul, em alusão ao sapato de cristal da Cinderela. 

A intenção manifesta, ainda segundo a notícia, é de "atrair mulheres para o local". Mas em sendo a igreja em forma de "sapatão" (literalmente falando), não seria de todo impossível ela acabar se especializando em casamentos homoafetivos entre as mulheres.

Cada qual com seu público, suas ferramentas e seu gosto estético.




quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Morte e vida, Severina

A vida é mesmo uma sucessão de ciclos que se abrem e se fecham incessantemente. Só que alguns terminam mais bestamente do que outros, claro.

A morte da modelo Raquel Santos, de 28 anos, durante um procedimento estético nesta última segunda-feira, dia 11 de janeiro de 2016, na cidade de Niterói, é um exemplo típico de um ciclo de vida encerrado precocemente. Ela faleceu de parada cardíaca, logo após passar por uma procedimento estético denominado "bigode chinês." O procedimento em questão envolve a aplicação de injeção subcutânea contendo um ácido e tem por objetivo evitar rugas.

Após o Conselho de Medicina do Estado do Rio abrir uma sindicância, uma lista de infrações foram atribuídas à jovem: uso de Potenay, uma substância de uso veterinário destinada a aumentar a massa muscular de cavalos; tabagismo doentio, a ponto de consumir três maços de cigarro por dia.

As perguntas são tantas que nem caberiam aqui: por que fazer um procedimento contra rugas aos 28 anos de idade? É aconselhável fazer tal procedimento em uma paciente que supostamente fumava três maços por dia? Não há um controle mais rigoroso de pacientes com uso potencial de drogas anabolisantes? E por aí vai... De qualquer forma, todos havemos de concordar que uma morte aos 28 anos por motivo fútil é uma forma lamentável de encerrar precocemente um ciclo de vida.

Por outro lado, no extremo oposto, o rio Piracicaba, localizado no interior de São Paulo, e que era dado como "morto" há dois anos, volta a fluir a ponto de transbordar nesta terça-feira, dia 12 de janeiro. 

"A cheia do rio é a primeira após o mais severo estresse hídrico registrado no Estado – com as pedras expostas, foi símbolo da seca na região. Com o transbordamento do rio, cardumes de peixes foram vistos na rua", informa notícia publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo. Os novos "pedestres" são um indício de que a vida de um rio como o Piracicaba é capaz de ressurgir das cinzas, ou melhor, das pedras, e até calçadas.

São estes, muito resumidamente, os ciclos de morte e vida que temos por hoje, Severina.

P.S.= Não estranhem. O blog passou mesmo por uma reforminha estética.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Macro/micro cosmos

3,2 bilhões de pixels.

Esta é a definição do sensor da câmera digital acoplada ao maior e mais moderno telescópio que está em vias de ser implantado no Chile. O telescópio, conhecido oficialmente como o Grande Telescópio de Levantamento Sinóptico (LSST), é financiado pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF), em parceria com diversas outras instituições, e conta com a participação do Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (Linea), que irá ajudar no processamento e análise dos dados gerados pelo LSST.

Equipamentos com tamanha envergadura não poderiam deixar de gerar um volume elevadíssimo de dados, como atesta a notícia publicada hoje no jornal O Globo online: "A cada noite, o LSST produzirá mais de 30 terabytes de informações, ou o equivalente a 600 filmes em alta definição, emitindo 5 milhões a 10 milhões de alertas automáticos de variações em parâmetros como o brilho e a posição de objetos celestes". 

Se considerado ao longo do período de dez anos (que é o período de levantamento inicial no qual o Linea irá participar),  o volume de dados equivalerá a "15 petabytes (cerca de 15 mil terabytes) de dados e 0,5 exabytes (500 mil terabytes) de imagens sobre quase 40 bilhões de objetos". Obviamente, um volume de dados tão assombroso assim gera um impacto sem precedentes na forma de analisar objetos espaciais. 

De acordo com Luiz Nicolaci, coordenador do Linea, "o LSST representará uma nova forma de fazer pesquisas astronômicas, já que pela primeira vez teremos informações temporais do Universo dinâmico rapidamente acessíveis, numa mudança de paradigma da astronomia estática, em que se pede tempo de telescópios para observar objetos ou grupos de objetos uma ou poucas vezes."

Mas nem só a Astronomia vive interessada em observações precisas e detalhadas. O fato de que um jogador de um time da Série D do campeonato goiano tenha ganhado prêmio Puskás de gol mais bonito da temporada 2015, neste nascente ano de 2016,  nos leva a crer que a Federação Internacional de Futebol (FIFA) venha fazendo feito uso de equipamento igual ou superior ao LSST para rastrear seus candidatos em campo. 

De qualquer forma, o método de seleção da amostra ficou menos importante a partir do momento em que a votação pelo gol mais bonito foi aberta ao público no site da FIFA. Graças à votação maciça de internautas brasileiros, Wendell Lira, 27 anos, o autor do gol premiado, conseguiu deixar jogadores de renome na rabeira, comendo poeira cósmica: "Lira venceu com 46,7% dos votos, contra 33,3% de Messi e 7,1% de Alessandro Florenzi, da Roma."

Por ironia do destino, quando a lista de concorrentes ao Prêmio Puskás foi divulgada em novembro de 2015, Lira estava desempregado e, portanto, nem na Série D ele jogava mais. Sua premiação, contudo, há de deixar rastros de esperança no universo dos jogadores desempregados, dos peladeiros das várzeas, dos aspirantes ao panteão dos profissionais da Série A.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Anacrônicos

Dormiu no Reveillon? Perdeu a viagem dos seus sonhos? Desativou, sem querer, o seu despertador para aquele encontro importante? Esqueceu de descongelar o almoço e ficou comendo biscoitos? Pois aqui vão dois brevíssimos exemplos que reforçam a constatação de que "nem tudo está perdido".

O primeiro diz respeito à sonda espacial japonesa Akatsuki (que quer dizer "aurora" em japonês), que acaba de "penetrar na órbita de Vênus, cinco anos depois do previsto". Por conta de um problema no motor, a sonda, que foi lançada em 2010, havia fracassado "em sua tentativa de entrar na órbita de Vênus, quase sete meses após ter partido da Terra."

Frise-se que, mesmo tendo custado 25,2 milhões de ienes ao Japão (o equivalente a 188 milhões de euros) e falhado em sua primeira aproximação do planeta Vênus, a sonda Akatsuki ainda consegue ser depositária de muitas esperanças. É o encarregado da missão lançada pela Agência Espacial Japonesa, Masato Nakamura, quem relata: "Hoje recebemos a primeira imagem e fiquei muito surpreso porque nunca vimos uma imagem tão boa como esta. Creio que podemos esperar muito [da Akatsuki]."

Outro exemplo de que "nem tudo está perdido" - mesmo quando se está, de fato, perdido - é o da Sheila, mais conhecida como "ovelha cabeluda". Depois de passar seis anos perdida em uma floresta na Tasmânia (Austrália), Sheila foi finalmente localizada por um morador da região na beira de uma estrada. Segundo relatos, "ela não conseguia se mover por causa do peso da lã que a cobria."

Mesmo tendo passado tanto tempo desaparecida e longe das tesouras, o que fez com que sua lã estivesse l"cheia de nós e de restos de vegetais", Sheila acabou virando uma mina de ouro: "no total, os tosquiadores retiraram pouco mais de 21 quilos de lã da ovelha."

Moral da história: a diferença básica entre um desvio e um atalho não é o tempo de espera, mas o resultado final.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Largando na frente

É... Parece que 2016 já largou com ampla vantagem com relação a 2015. Para início de conversa, 2016 é ano bissexto e, só por isso, já ganhou um dia a mais em relação a 2015.

Mas, para além de um dia a mais no ano, 2016 traz outras novidades logo nos seus primeiros dias. De acordo com notícia publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo online, começamos o ano com tabela um periódica mais recheada do que a de 2015. "A tabela periódica, que agrupa os elementos químicos em função de sua composição química e propriedades, terá mais quatro novos elementos e, assim, completará a sua sétima linha".

A incorporação de novos elementos na tabela periódica foi confirmada pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac, em inglês), após os elementos 113, 115, 117 e 118 terem sido descobertos por cientistas do Japão, Rússia e Estados Unidos. O elemento 113 foi descoberto por uma equipe de cientistas do Instituto Riken (Japão), enquanto os demais foram identificados graças a uma dobradinha entre pesquisadores russos e americanos do Instituto de Pesquisa Nuclear (Rússia) e o Laboratório Nacional Lawrence Livermore (EUA).

Já de olho no próximo avanço, Kosuke Morita, coordenador do grupo japonês, está bastante "animado" com a possibilidade de descobrir o último elemento faltante, o 119, para completar a tabela criada por Mendeleyev em 1869. Enquanto isso não acontece, o ex-presidente do Instituto Riken e Prêmio Nobel de Química, Ryoji Noyori, ressalta a importância de cada elemento descoberto: "para os cientistas, esta é de maior valor do que uma medalha de ouro olímpica", disse ele em declaração ao jornal The Guardian.

E por falar em medalha, quem quis levar vantagem na maratona de São Silvestre, em 2015, e acabou não conseguindo foi o mineiro José Aparecido Gonçalves, originário de São Joaquim de Bicas. Gonçalves havia sido classificado em 22o lugar, mas acabou levantando suspeitas por ter tido um desempenho muito acima do esperado, não apenas pela sua idade, 56 anos, mas "sobretudo porque, na edição de 2014, Gonçalves foi apenas o 3.809º colocado, com a marca de 1h24min46s. Em um ano, ele teve 36 minutos de melhora".

suspeita é que Gonçalves tenha trapaceado e não cumprido o trajeto estipulado para a corrida. O corredor, por sua vez, nega a acusação. De qualquer forma, ele vai ter muito trabalho para provar o seu desempenho, já que "ele nem ao menos largou no pelotão de elite, reservado aos atletas cujos tempos de entrada são mais fortes em nível internacional".

Trocando em miúdos: a probabilidade de o corredor mineiro ter um desempenho muito acima de qualquer expectativa é tão grande quanto a de eu descobrir o 119o elemento da tabela periódica.

E assim começa 2016...