UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Morte e vida, Severina

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Morte e vida, Severina

A vida é mesmo uma sucessão de ciclos que se abrem e se fecham incessantemente. Só que alguns terminam mais bestamente do que outros, claro.

A morte da modelo Raquel Santos, de 28 anos, durante um procedimento estético nesta última segunda-feira, dia 11 de janeiro de 2016, na cidade de Niterói, é um exemplo típico de um ciclo de vida encerrado precocemente. Ela faleceu de parada cardíaca, logo após passar por uma procedimento estético denominado "bigode chinês." O procedimento em questão envolve a aplicação de injeção subcutânea contendo um ácido e tem por objetivo evitar rugas.

Após o Conselho de Medicina do Estado do Rio abrir uma sindicância, uma lista de infrações foram atribuídas à jovem: uso de Potenay, uma substância de uso veterinário destinada a aumentar a massa muscular de cavalos; tabagismo doentio, a ponto de consumir três maços de cigarro por dia.

As perguntas são tantas que nem caberiam aqui: por que fazer um procedimento contra rugas aos 28 anos de idade? É aconselhável fazer tal procedimento em uma paciente que supostamente fumava três maços por dia? Não há um controle mais rigoroso de pacientes com uso potencial de drogas anabolisantes? E por aí vai... De qualquer forma, todos havemos de concordar que uma morte aos 28 anos por motivo fútil é uma forma lamentável de encerrar precocemente um ciclo de vida.

Por outro lado, no extremo oposto, o rio Piracicaba, localizado no interior de São Paulo, e que era dado como "morto" há dois anos, volta a fluir a ponto de transbordar nesta terça-feira, dia 12 de janeiro. 

"A cheia do rio é a primeira após o mais severo estresse hídrico registrado no Estado – com as pedras expostas, foi símbolo da seca na região. Com o transbordamento do rio, cardumes de peixes foram vistos na rua", informa notícia publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo. Os novos "pedestres" são um indício de que a vida de um rio como o Piracicaba é capaz de ressurgir das cinzas, ou melhor, das pedras, e até calçadas.

São estes, muito resumidamente, os ciclos de morte e vida que temos por hoje, Severina.

P.S.= Não estranhem. O blog passou mesmo por uma reforminha estética.

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