UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Turquia - Parte 1: Istambul

terça-feira, 10 de maio de 2016

Turquia - Parte 1: Istambul

Mal cheguei de viagem e já começaram a pipocar perguntas todos os lados, vindas de parentes, amigos e conhecidos: como é a Turquia? É um país rico? Livre? Moderno? As mulheres usam véu? Xador? Burca? Bebem? Dirigem? Andam de bicicleta? É segura ou perigosa?

Como a lista de perguntas é longa e eu jamais saberia responder a todas elas, escolhi alguns tópicos que resumem brevemente algumas de minhas impressões sobre Istambul, local onde passei a primeira metade da minha estadia Turquia. Tive o cuidado de intercalar algumas fotos para apoiar meus argumentos. E mesmo se elas não ajudarem em nada a provar o que eu quis dizer, pelo menos poderão servir para matar a curiosidade de dois ou três incautos que por ventura venham a ler esta postagem.

Pois bem: muitos me perguntaram se a Turquia é um país rico. E eu digo que sim. Basta olhar as fotos abaixo e perceber como á agua do mar ao longo do Estreito de Bósforo aparece limpa e cristalina. É que riqueza, no meu modesto entender, passa inevitavelmente pelo respeito ao patrimônio local, seja ele natural ou construído pelas mãos do homem.


Olhar para este mar limpo e sem uma mísera sacola de plástico boiando me fez pensar na triste sina da Baía da Guanabara, cartão postal do nosso atraso. Suspirei três vezes e segui viagem.


Houve também quem se interessasse em saber se a Turquia é um país livre. Bem, há controvérsias. Alguns reclamam da opressão às mulheres turcas, outros se queixam da interferência do governo na vida cotidiana. Porém, após exame minucioso, posso afirmar que pelo menos o voo dos pássaros ainda é livre. Abaixo, dois exemplos loquazes de quem nem tudo está perdido por lá.


Ao que tudo indica (e até que se prove o contrário), a ave das fotos é uma gaivota .


Mas nem só de pássaros vive a liberdade turca. Há outro aspecto intrigante sobre os habitantes da terra de Bizâncio: ao contrário de outros países com maiorias muçulmanas, os turcos têm o hábito de beber bebidas alcóolicas. Para justificar essa frouxidão de modos um tanto quanto atípica, eles costumam fazer uma longa explanação teológica sobre as diversas linhas do Islã e sobre as variadas interpretações do Alcorão, até chegarem ao cerne da questão: "Sim, bebemos. E daí?"



A prova? A Raki Yeni, marca impressa nos porta-guardanapos da foto acima, é, na verdade, uma marca de bebida destilada, feita a partir de uvas secas. Bastante popular, por sinal.

Por fim, sempre acaba surgindo a questão do código vestimentar. Meus interlocutores não se cansam de perguntar: como se vestem os turcos - ou, mais especificamente - as turcas? As fotos abaixo falarem por si só.



No entanto, devo admitir que minha amostra, muito embora aleatória, comporta pelo menos um viés importante. Sabendo que Istambul é a Bahia do mundo árabe e que todas as fotos abaixo foram tiradas em locais bastante turísticos, eu não conseguiria distinguir, a priori, os habitantes locais dos habitantes de outros países. Portanto, é necessário alguma prudência metodológica antes de toma-las como referência da população local.




Cabelos ao vento, gente jovem reunida, com lenços coloridos, calça jeans e camisetas. O único fato incontestável é que, qualquer que seja a nacionalidade, elas passeiam lado a lado nas praças e ruas do centro histórico da cidade de Istambul.

Ok, muitos também dirão que esta região da cidade é o principal alvo de atentados por radicais islâmicos. De qualquer forma, o número de mortos em atentados na Turquia, durante o ano de 2015, nem foi tão superior assim ao número de mortos por bala perdida no Brasil, no mesmo período. Se o terror está em todos os lugares, a beleza também está.

Foi um prazer apreciar a paisagem de Istambul ao longo desses seis primeiros dias.

P.S.= Todas as fotos desta postagem são de minha autoria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário