UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Hegemonia

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Hegemonia

Ontem, depois de quebrar um jejum inédito de escrita neste blog - configurando uma ausência de cerca de 10 dias -, acabei me poupando do esforço de explicar minha dilatada e sentida ausência.  Sentida, sobretudo, por mim mesma, pois sou a primeira e talvez a única a lamentar minha dose diária de ironia na veia.

Poderia discorrer longamente sobre os motivos que me fizeram ausente por esses dias, mas vou preferir fazê-lo de outra forma: pesquisa do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) , publicada hoje no jornal O Globo online, revela que a percepção do uso do tempo pelos brasileiros é inquietante. 

A pesquisa mostra, antes de mais nada, que o problema da falta de tempo é crônico e generalizado: além de solicitar ao entrevistado uma descrição do seu "fluxo de atividades ao longo de 24 horas", "no questionário do IBGE, os pesquisadores também quiseram saber sobre a percepção de tempo e o desejo das pessoas de como gostariam de gastar o seu tempo" (http://oglobo.globo.com/economia/as-6h45m-mais-da-metade-dos-brasileiros-ja-esta-de-pe-9438039).

Não deu outra: 47,5% dos entrevistados percebem a falta de tempo eventual (33,8%) ou permanentemente (13,7%). 44,5% se ressente da falta de lazer, outros 29,7% de passar mais tempo com família, e outros 18,5% se queixam de não ter tempo para cuidados pessoais.

É que a rotina média do brasileiro começa cedo, ao contrário do que rezam as más línguas: "mais da metade dos entrevistados já estavam acordados às 6h45m da manhã". Com isso, "o trabalho começa a dominar o tempo da maioria das pessoas no país", se estendendo até em torno de 19h.

 Neste cenário desolador, o tempo de simplesmente viver é escasso: "O tempo livre assume sua hegemonia somente a partir das 21h, quando o sono vem". E como já passamos de 21h faz tempo, vou encerrando aqui meu expediente e lembrando que eu sou também fazer parte desta última estatística: a dos que já estarão acordados às 6h45 da matina, perdidos em mais um engarrafamento em véspera de feriado.

De posse desses dados, só me resta deixar abraços e desejar uma boa noite de sono! 

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