"Sim, nós também. E daí?"
É o que dá a entender o relatório publicado pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) sobre ações de espionagem impetradas contra diplomatas estrangeiros no Brasil, envolvendo "dez operações secretas em andamento entre 2003 e 2004" (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/11/1366382-agencia-brasileira-espionou-funcionarios-estrangeiros.shtml).
Os principais alvos? Diplomatas da Rússia, Irã e Iraque.E quem realizou as missões? A própria Abin, dona do relatório em questão. E por que resolveu contar para todo mundo? Boa pergunta! Talvez para desqualificar as reações do governo brasileiro diante das tentativas de espionagem dos EUA e mostrar que a indignação local é mera firula (http://cronicasdejuvenal.blogspot.com.br/2013/07/es-pi-o-na-gem.html).
Bem, se era essa a intenção, o tiro pode ter saído pela culatra. De acordo com a Folha de S. Paulo, que teve acesso ao documento da agência de inteligência brasileira, "as operações descritas no relatório da Abin têm características
modestas, e nem de longe podem ser comparadas com a sofisticação da
estrutura montada pela Agência de Segurança Nacional americana, a NSA,
para monitorar comunicações na internet".
Ou seja, fazemos igual, só que pior e em menor escala. E ainda saímos contando para todo mundo, numa atitude tão atrapalhada que me fez lembrar do personagem Mário Fofoca, um desajeitado detetive particular que figurou na telenovela Elas por Elas, nos idos anos de 1982. Mas com uma desvantagem: Mário Fofoca, pelo menos, nos fazia rir.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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