UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Virgens e extravirgens

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Virgens e extravirgens

Vejam só: pureza agora é virtude em vias de extinção!

Pelo menos é o que dá a entender teste realizado pela Proteste - Associação de Consumidores. A entidade testou 19 marcas de azeite extravirgem e constatou que quatro delas "não podem nem ser consideradas azeites, e sim uma mistura de óleos refinados", ao passo que apenas oito "apresentam qualidade de extravirgem" (http://oglobo.globo.com/economia/defesa-do-consumidor/azeites-de-oliva-so-no-rotulo-10710633).

Segundo notícia publicada no jornal O Globo online, "os quatro produtos declassificados pela entidade são, na verdade, uma mistura de óleos refinados, com adição de outros óleos e gorduras". São eles: Figueira da Foz, Tradição, Quinta d’Aldeia e Vila Real.

O que faz, então, com que o azeite seja, de fato, azeite? Ora, ora: a pureza. "As propriedades antioxidantes do azeite de oliva são o principal atrativo do produto, devido ao efeito benéfico à saúde. Mas para que o azeite mantenha suas características, é importante que ele não seja misturado a outras substâncias".

Como a pureza é virtude que já foi para as cucuias, o que sobrou no mercado dos azeites foi esculhambação: "Os testes realizados indicaram que os produtos não só apresentam falta de qualidade, como também apontaram a adição de óleos de sementes de oleaginosas, o que caracteriza a fraude". Do jeito que a coisa vai, daqui a pouco estaremos regando a salada com óleo diesel. E o que é pior: pagando caro pelo preço de azeite extravirgem. "A entidade ressalta que o consumidor paga mais caro, acreditando estar comprando o melhor tipo de azeite e leva para casa um produto de qualidade inferior."

Moral da história: com tanta fraude no mercado, o sonho dourado do consumidor brasileiro vai acabar sendo o de morrer, ir para o paraíso e encontrar como recompensa sete embalagens de azeite extravirgem a preços módicos, esperando por ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário