Estado falido, baía da Guanabara suja, policiais em manifestação contra a falta de segurança nos aeroportos.
Se você achava que já tinha visto de tudo sobre a Olimpíadas do Rio de Janeiro é porque ainda não tinha se deparado com o cartaz de alerta contra o terrorismo, produzido pela Associação Brasileira de Inteligência (ABIN).
Divulgado na 6a feira passada, dia 08 de julho de 2016, o cartaz faz um relato de características típicas de um possível terrorista. De acordo com o texto, pessoas suspeitas de terrorismo "utilizam roupas, mochilas e bolsas destoantes do clima. Agem de forma estranha e demonstram intenso nervosismo". O cartaz incentiva ainda a comunicação de atitudes suspeitas para o agente de segurança mais próximo.
Pronto! Foi o suficiente para a hashtag #abin ser inundada com mensagens e fotos ironizando os dizeres do cartaz. Para se ter uma ideia do nível dos comentários, fotos como, por exemplo, a de alguém fantasiado do boneco Fofão - aquele apresentou o programa infantil Balão Mágico nos idos dos 1980 - eram associadas a legendas do tipo: "utiliza roupas destoantes do clima, age de forma estranha."
Enfim, se alguém quiser começar a semana rindo a ponto de cãibras na barriga, mesmo sem motivo que o valha, recomendo uma conferida no inventário minucioso de piadas na Internet feito pelo jornalista Ygor Salles, da Folha de S. Paulo.
Mas se quiserem saber a versão da Abin sobre a campanha, então é melhor ir logo para o artigo do Jornal Extra, que reproduz na íntegra uma nota divulgada pela agência. Nesta, a ABIN se justifica pelo fato de que uma "comunicação oportuna de situação suspeita pode ser decisiva na detecção antecipada de ação terrorista".
Oportunismos à parte, as oportunidades de riso frouxo já andavam mesmo escassas nesses últimos dias.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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