UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: A homenagem

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A homenagem

Há muitas maneiras de se homenagear os vivos. E muitas outras tantas de se homenagear os mortos. Mas homenagear os "insetos mortos por humanos" é coisa nunca dantes vistas por essas paragens (http://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2015/06/1643196-japao-inaugura-monumento-em-homenagem-a-insetos-mortos-por-humanos.shtml).

Claro, um evento dessa envergadura não é mérito nosso, mas dos nossos antípodas. Trata-se de "um novo monumento inaugurado em um templo no Japão [que] serve para homenagear insetos mortos pelos humanos". A escultura, localizada no templo budista de Kenchoji, em Kamakura (sul de Tóquio), "retrata uma criatura de grandes proporções em formato de besouro escalando uma pedra, cercada por malhas de arame."

De um gosto estético discutível (basta conferir a foto disponível no link acima), a obra foi idealizada pelo escritor japonês Takeshi Yoro, mas faz as vezes de um ato de contrição coletivo diante dos animais mortos injustamente por humanos. Segundo a notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo, "Yoro diz esperar que o monumento console as almas dos insetos que ele já matou, e que envie um mensagem de conscientização à sociedade."

Sem dúvida,  a escultura é um ato compassivo para com os seres injustiçados. Sob o holofotes da Kyodo News, o escritor afirmou esperar "que as pessoas tenham total noção do que seria de nós sem os insetos". Bonita ou não, a estátua tem o mérito de lançar um alerta sobre os animais que não devemos matar inutilmente.

No mais, a ideia poderia ser estendida aos micro-organismos, homenageando aqueles que são injustamente mortos pelo uso indiscriminado de antibióticos. Difícil imaginar uma estátua para este fim, mas ela não seria, certamente, não muito melhor do que a do besouro escalador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário