Se você, quando você faz aniversário, sempre espera ouvir "muitos anos de vida" junto com os parabéns, é bom saber que a longevidade não é para todos.
É que estudos recentes, desenvolvidos nos EUA, atestam um aumento desproporcional da longevidade entre os mais ricos. Pelo menos, esta é a tendência por lá, onde os efeitos nefastos da disparidade de renda afetam não apenas a qualidade de vida e de morte das pessoas mais ricas em relação às pessoas mais pobres, mas também o tempo geral de sobrevida.
É claro que o fato não causa nenhuma surpresa nos habitantes do País das Mil e uma Plásticas, também conhecido como Brasil. A novidade, contudo, reside no fator de que, de acordo com matéria do New York Times, traduzida pelo jornal Folha de S. Paulo, a diferença de longevidade entre americanos e de baixa e alta renda vem aumentando drasticamente, a despeito de todos os avanços na adquiridos nas áreas da medicina, tecnologia e educação.
Dados do governo norte-americano atestam o fato:
Esses dados são corroborados e ampliados por um estudo mais recente do Instituto Brookings, em Washington:
Mas atenção: os números não são mais animadores quando se trata das desigualdades sociais entre mulheres. Para elas, a lacuna passou de 4,7 para 13 anos, no mesmo período.
Resumindo bem resumidamente a matéria, o aumento da diferença de longevidade entre ricos e pobres desafia, pelo menos, dois entendimentos comumente atribuídas aos países ricos: 1) que os investimentos em tecnologia e saúde consigam aumentar a expectativa de vida de maneira equânime, independente da classe social; 2) que benefícios sociais, tais como a seguridade social, sejam usufruídos por todos os cidadãos, a despeito de sua classe social.
Ao contrário, os estudos mostram que a faixa mais abastarda da população usufrui desproporcionalmente mais dos benefícios de seguridade social e de outros avanços tecnológicos, porque vive mais para recebe-los.
Para os que se contentam com a máxima de que "os ricos pagam mais impostos", fica a resposta encontrada pelos órgãos de avaliação da área da saúde dos EUA:
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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