UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Assassinato no Borboletário

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Assassinato no Borboletário

Estava aqui, encerrando meu sobrevoo diário sobre as notícias do dia, quando dei de cara com esta notícia sobre a reabertura do Borboletário da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH). O problema não foi o Borboletário em si, ou sua reabertura, mas uma frase que me arrepiou a cacunda e me deixou de olhos esbugalhados.

Para fazer contraponto à informação de que o Borboletário proporcionava a recepção anual de cerca de 20 mil pessoas até antes de sua reforma, iniciada em 2014, o(a) escrevente da notícia acabou assassinando a sangue frio a nossa querida língua pátria. Em referência à ampliação da capacidade do Borboletário, disse: 


Já a língua portuguesa, coitadinha, tão maltratada nas ladeiras da vida, não teve nem chance de se despedir: morreu vítima da inflexão do verbo "dever" que, a despeito de todos os clamores, não concordou com o seu sujeito "os visitantes".

Triste com uma morte tão prematura por simples discordância entre sujeito e verbo, fiquei pensando no sábio Quintana, que entendia tudo de borboletas: "O segredo é não correr atrás das borboletas. É cuidar do jardim para que elas venham até você". 

Para mim, a máxima deveria valer também para os jornais: "o segredo não é correr atrás dos leitores. É plantar um bom texto para que eles venham até você". 

Sem mais para o momento, despeço-me, já caindo pelas tabelas de sono... Bom final de semana para quem fica.



Nenhum comentário:

Postar um comentário