E só dá ele: Scott Kelly, o astronauta pop que mandou recado lá do espaço durante a COP-21 e plantou uma jardim para espantar a solidão sideral, ganha mais uma vez a atenção da imprensa.
Dessa vez, após 340 dias a bordo da Estação Espacial Internacional, ele volta para a Terra e se descobre... um grande homem! Ou melhor, ele se descobre um homem 4 cm mais alto, graças ao efeito prolongado da ausência de gravidade no seu corpo.
A explicação é simples: "Sem a pressão exercida pela gravidade, os espaços entre os discos da coluna vertebral se expandem", diz matéria publicada hoje no jornal O Globo online. A medição foi comprovada em checagem de rotina que todo astronauta passa após retornar a Terra. Fora isso, Kelly tem outro bom referencial para identificar alterações de estatura: Mark Kelly, um ex-astronauta da NASA, é seu irmão gêmeo idêntico.
Aliás, um dos objetivos de uma jornada tão estendida no espaço - 340 dias é um recorde que só havia sido batido anteriormente por astronautas russos - era mesmo "estudar os efeitos da exposição prolongada ao espaço, em especial à falta de gravidade". Acredita-se que tais estudos serão essenciais para "viabilizar o envio de missões tripuladas para regiões mais longínquas, como Marte".
Contudo, há que se fazer um alerta aos baixinhos, nanicos e outros complexados com o próprio tamanho e que já estejam de olho no alistamento para a próxima missão de povoamento em Marte: "Em outra entrevista, Kelly admitiu já ter encolhido". E tem mais: a volta para a gravidade costuma ser penosa: "Voltar é mais complicado. Fui jogar basquete e errei tudo, todos os meus grupos musculares estão doendo um pouco".
A conclusão, portanto, não poderia ser outra: se o seu complexo de tamanho for tão forte a ponto de te levar para Marte, então é melhor ficar logo por lá. Não que Marte lhe fará necessariamente feliz, mas, pelo menos, nós teremos um complexado a menos nesse planeta.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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