A vida é feita de escolhas, garotada!
Não é por um acaso que Diego, uma tartaruga da espécie Chelonoidis hoodensis, chegou aonde chegou: a "tartaruga gigante macho de Galápagos com mais de cem anos de idade está sendo considerada a grande responsável por recuperar a população desses animais em sua ilha nativa, Española, e, assim, salvar a espécie da extinção."
Diego optou pela vida ao conseguir reverter um quadro dramático para a sobrevivência de sua espécie: "Há 50 anos, havia apenas 2 machos e 12 fêmeas da espécie de Diego em Española –e os animais estavam espalhados demais pela ilha para que fosse possível reproduzir".
Foi necessário uma campanha internacional para buscar sobreviventes dessa espécie até que Diego fosse trazido do zoológico de San Diego, nos EUA, em meados da década de 1970. Desde então, Diego vive em um centro de reprodução na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos, onde se tornando pai de cerca de 800 filhotes, isto é, aproximadamente "40% dos filhotes liberados na natureza pelo projeto."
A escolha de Diego, contudo, foi muito diferente da de George, o Solitário, "último sobrevivente conhecido" de outra espécie de tartaruga gigante de Galápagos, a Chelonoidis abingdoni. Também centenário, George "faleceu em 2012 após se recusar por muitos anos a reproduzir em cativeiro."
Neste mundo de disputas e ilusões vãs, Diego, o reprodutor-messias que veio para salvar a sua espécie, deixa para as gerações futuras a lição aprendida nos seus anos de convívio psicodélico no Zoo de San Diego: "make love, not war."
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Diego, o psicodélico
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