UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Tendências e contra-tendências

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Tendências e contra-tendências

Cansado do pessimismo reinante e ávido por ouvir boas notícias? Pois aqui vão duas, segundo as quais maus hábitos começam a ceder espaço para comportamentos mais saudáveis no âmbito das corporações.

No mundo corporativo, por exemplo, o uso de ar condicionado clama urgentemente por uma abordagem de gênero socialmente mais equilibrada. Explico: estudo publicado na revista Nature Climate Change, divulgado pelo jornal New York Times, replicado no Brasil pela Folha de S. Paulo e comentado de últimíssima mão pela minha pessoa (só para se ter uma ideia do percurso informacional percorrido pela notícia até chegar até você, prezado leitor) revela um injusto viés de gênero na regulagem do ar-condicionado em empresas: "a maior parte dos edifícios de escritórios ajustam a temperatura baseados em uma fórmula de décadas atrás e que usa taxas metabólicas de homens".

O efeito devastador deste ajuste é sentido na pele, tecidos e ossos por nós, mulheres, que quase congelamos de frio. Tudo culpa de um tal "modelo de controle térmico" desenvolvido na década de 1960, o qual "considera valores como temperatura do ar, velocidade do ar, pressão de vapor e isolamento por tecidos" - só que todos esses parâmetros são ajustados ao corpos masculinos, claro! A solução mais justa e mais equitável em termos equilíbrio de gênero seria ajustar o ar-condicionado à realidade de quem sente mais frio, ou seja, nós mesmas: "O estudo conclui que edifícios que ajustarem a temperatura para níveis um pouco mais quentes poderia ajudar a combater o aquecimento global."

Na mesma tendência revisionista, têm abundado os laboratórios do país. Segundo notícia publicada também no jornal Folha de S. Paulo, os "laboratórios do país começam, aos poucos, a não exigir mais jejum dos pacientes para a realização da maioria dos exames laboratoriais." A razão disso é límpida e cristalina: "o avanço dos equipamentos, dos reagentes químicos e das análises afastou a interferência da alimentação."

Tema de debate no Congresso Brasileiro de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, ocorrido na semana passada, no Rio de Janeiro, o fim da exigência de jejum para determinados exames é uma lufada de ar fresco - de ar condicionado ajustado para mulheres - na . E, "ainda que nem todos os laboratórios tenham eliminado o jejum, muitos estão diminuindo o período para 3h ou 4h dependendo do exame", ressalta a notícia.  O que não cabe mais, ao que parece, é a prescrição de períodos prolongados de 12 horas de jejum para casos absolutamente inúteis.

Resumo da ópera: não será de frio e fome que hemos de morrer! 

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