Se nos fiássemos na sensação de calor dos últimos dias, os termômetros teriam acusado temperaturas médias pelo menos 100 vezes mais altas do que o normal - se é que se pode chamar as temperaturas dos últimos vinte anos de "normais".
Mas a verdade dos cálculos oficiais atestam um aumento infinitamente mais tímido do que a nossa vã filosofia. Em notícia publicada hoje no jornal O Globo online, o escritório britânico de meteorologia, Met Office, afirma que, "pela primeira vez, a temperatura média da Terra está mais de 1 grau Celsius superior à registrada antes da Revolução Industrial".
Mesmo objetivamente menor do que a sensação percebida subjetivamente, o aumento desregulado da média mundial pode colocar o planeta em risco: "De acordo com os cientistas, o aumento da temperatura média da Terra não pode chegar a 2 graus Celsius, sob o perigo de o homem perder o controle sobre o clima do planeta".
Para chegar a esta conclusão, o Met Office driblou a dificuldade de se conseguir dados objetivos das temperaturas em 1750 - período em que teve início a Revolução Industrial e, consequentemente, o uso de combustíveis fósseis - observando a média das temperaturas registradas entre 1850 e 1900, as quais "são mais conhecidas e acuradas."
Mas o rol de "notícias quentes" não para por aí. "Estima-se que, nos próximos meses, esta diferença será até superior, devido à combinação entre as emissões de carbono e o impacto do fenômeno climático El Niño." Some-se a isso o fato de que, neste ano de 2015, está se formando um El Niño de proporções inéditas, conforme declaração do diretor do Centro Hadley do Met Office, Stephen Belcher: "Um forte El Niño está se desenvolvendo no Oceano Pacífico, e ele provocará um impacto sobre a temperatura global."
Para coroar "de glória" nossa percepção sensorial do calor, parece que a coisa vai se complicar ainda mais no ano de 2016: "os cientistas acreditam que 2016 também está se configurando como um ano muito quente. É provável que nele a temperatura média da Terra também fique acima de 1 grau Celsius em relação aos índices vistos entre 1850 e 1900".
Diante das evidências apresentadas pelos climatologistas e da possibilidade de que estejamos caminhando a passos largos rumo a mudanças de grandes proporções climáticas, fica uma breve e singela lição: com o El Niño não se brinca; nem muito menos com os efeitos dos gases-estufa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário