Notícia publicada hoje no jornal O Globo online explica por que a obsessão temática não tem nada de acidental. De acordo com a notícia, o mundo vem acumulando, desde maio de 2015, "11 recordes mensais consecutivos de calor".
Aliás, o recorde de calor do nosso último mês de março foi unanimidade entre pelo menos três agências climáticas dispostas em distintas partes do planeta - a Agência de Meteorologia do Japão, o Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa e o Serviço de Mudanças Climáticas Copérnico.
Contudo, uma leitura atenta da notícia permite entender que os acréscimos de temperatura indicados pelas agências variam de acordo o período de tempo tomado como base para a comparação. Para a Agência de Meteorologia do Japão, o aumento foi de 0,62oC, tomando como referência as médias para o mesmo mês registradas entre 1981 e 2010. Para o Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa, a variação foi um pouco mais alta do que anterior, cerca de 1,28oC grau mais quente, comparando-se as médias registradas entre 1951 e 1980. Por fim, o Serviço de Mudanças Climáticas Copérnico aponta um aumento de 0,80oC, já que ele toma como parâmetro as médias registradas desde o ano de 1979.
Ainda que o aquecimento seja, de fato, global, algumas regiões do globo estão sendo mais afetadas do que outras: "Como nos meses anteriores, as maiores anomalias de temperatura foram registradas na Região do Ártico. Lugares como a Groenlândia, o Alasca, a Sibéria e o Norte do Canadá vêm registrando temperaturas cerca de 6 graus acima da média para esses locais".
Qualquer que seja a marca escolhida, uma coisa é certa: "recorde" foi a palavra-chave do dia. Mas não apenas de calor, como sugere a notícia. O jornalista responsável pela notícia em questão também emplacou seu recorde e incorreu em pelo cinco erro grosseiros de ortografia, conjugação e acuidade da informação.
Para não me acusarem de levantar falso, seguem registros visuais que servem de comprovação para o delito contra a Flor do Lácio:
Mas alguém há de dizer: erro de digitação todo mundo comente! Certo, errar é humano. Mas assim como a variação de calor é mais sentida na região do Ártico, alguns tipos de erro gramaticais e ortográficos grassam mais na prática jornalística online do que em qualquer outra. Daqui a pouco, um texto impecável e bem escrito será a mesma coisa que animal ameaçado de extinção: vai virar raridade!
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