Simulacro. Desde a morte de Jean Baudrillard, o termo andava meio esquecido. Mas um aplicativo chamado "Santa Spy Cam", promete reviver o conceito em toda a sua plenitude.
Claro, a razão para tamanha arqueologia conceitual é comercial: "Um publicitário criou uma empresa de tecnologia para fazer crianças
acreditarem em coisas que não existem, como Papai Noel, fada do dente,
coelhinho da Páscoa etc." (http://classificados.folha.uol.com.br/negocios/2013/12/1386804-empresa-quer-faturar-provando-que-o-papai-noel-existe.shtml).
O aplicativo, que é o primeiro produto da empresa, nada mais faz do que apresentar narrativas em que Papai Noel, elfos e renas, encenados por atores e animais reais, interagem nos ambientes domésticos dos usuários, confirmando a teoria da "visita" natalina.
Os desenvolvedores alegam que são as crianças os principais demandantes do aplicativo: " 'As crianças sempre querem provas de que o Papai Noel e os elfos
existem', explicou Wilson, diretor de criação de uma agência, ao site da
revista 'Bloomberg Businessweek' ."
Bem, se a alegação tiver fundamento, então sinto que teremos problemas com as novas gerações. Seerão muitos os que insistirão em construir lareiras inúteis para um Natal veranesco, na esperança ver o bom velhinho enganchado com seu saco de presentes. E assim permanecerão iludidos até os 50, 60 ou 70 anos, até que alguém tenha o bom senso de inventar um aplicativo que desmistifique a existência do Papai Noel, dos elfos e das renas de nariz vermelho.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Simulacro
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