Muitos clamaram por mais transparência nos processos seletivos da UNB.
O jeito encontrado então pela instituição foi reformular as normas que descrevem os objetos portáveis em dias de concurso naquela instituição, proibindo "que os candidatos portem recipientes plásticos
— tais como garrafas de água e suco — que não sejam fabricados em
material transparente" (http://oglobo.globo.com/economia/emprego/cespeunb-proibe-que-candidatos-levem-garrafas-que-nao-sejam-transparentes-em-concursos-11049254).
A ideia é "aumentar a segurança em dia de aplicações de provas de concursos
públicos ou para ingresso na Universidade de Brasília (UnB) e reduzir o
risco de irregularidades". Várias outras medidas de coibição à tão disputada cola foram implantadas, mas esta, de longe, é mais tautológica de todas: fabricado com material transparente, o invólucro acaba revelando seu conteúdo aos demais. Mas a transparência é também uma consequência: seremos tantos mais transparentes quanto mais nos mostrarmos.
Para garantir sua isonomia, a reformulação das regras de concurso só se esqueceu de um coisa: a opacidade das mentes torpes é terreno tão fértil, que ainda se há de criar outros meios de burlar a norma vigente e obter injustamente uso daquilo.
Isto posto, meus olhos estão turvos de sono. Chega de transparência por hoje. vou dormir. Abraços para quem fica.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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