UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Camelódromo

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Camelódromo

Quem conta um conto, aumenta um ponto. Disso, todo mundo já sabia. O que não se sabia era que os camelos iriam um dia colocar os criacionistas para correr.

Desenvolvido pela Universidade de Tel Aviv, estudo arqueológico sobre a origem dos camelos revela inconsistências históricas nas narrativas bíblica, inconsistências estas que envolvem a presença indevida de camelos nos textos sagrados (http://oglobo.globo.com/ciencia/historia/origem-dos-camelos-mostra-erro-na-biblia-diz-estudo-11573807).

O estudo em questão precisa o momento histórico em que os camelos foram domesticados pelo homem, o que, via de regra, torna inverossímel a presença de camelos em diversas passagens da Bíblia: "O erro histórico é uma evidência de que a Bíblia foi escrita ou editada muito tempo após os eventos narrados, e suas histórias nem sempre são confiáveis".

Na verdade, a domesticação dos camelos é bem posterior ao período sugeridos pelos escritos bíblicos: "os camelos tornaram-se amplamente empregados no comércio no século VII a.C", ao passo que "ao contrário do que dizem as Escrituras Sagradas, os patriarcas judeus, como Abraão, Jacó e José, que viveram no segundo milênio a.C., não conheceram os animais".

Populares por terem cumprido um papel importante na região do Egito - tornando possíveis viagens mais longas, como, por exemplo, até a Índia -  os camelos pressagiam hoje tempos difíceis nos meios criacionistas radicais. Mas há quem considere também que eles prestaram um ótimo serviço ao expor as mazelas históricas das narrativas sagradas. Para estes últimos, os camelos bem que podiam prestar um último favor: colocar Eva no lombo e levá-la para bem longe do tempo mítico - para lá da Índia, se possível.

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