UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: O desabrochar das malas

sábado, 23 de maio de 2015

O desabrochar das malas

Acabaram de desabrochar as primeiras violetas do ano. Por coincidência ou não, amanhã eu volto a colocar o pé na estrada para viajar da forma que tanto gosto: mochila, roteiro semi-estruturado, espaço para o imponderável.

Talvez não haja coincidências, mas um simples desabrochar conjunto de coisas boas. Na mala, já foram acomodadas a câmera nova, um guia de viagens para o país de destino, meu computador, algumas responsabilidades, material de pintura e desenho, além de dois pacotes de muda de roupa (no primeiro, roupas de trabalho para os primeiros dias de congresso; no segundo, roupas de veraneio para a segunda etapa da viagem).

Fazendo as malas, me ocorreu lembrar de um sonho curioso que tive em janeiro deste ano, quando viajava por outros mares que nunca havia navegado antes. Nesse sonho, minhas violetas tinham sido podadas e, no lugar dos caules finos, nasceram caules grossos como os de cactus. E dos novos caules grossos, brotou uma floresta de violetas desse mesmo tom.

Quando cheguei dessa longa viagem, encontrei minhas violetas em bom estado, mas sem flores. Não foi por falta de zelo, certamente, pois elas tinham sido bem cuidadas na minha ausência. Mas há algo misteriosamente instintivo nas violetas, que parecem pressentir as mudanças que estavam por vir. As violetas se recolheram, a mochila foi para o armário.

Agora, em mútuo entendimento, violetas e malas acenam, juntas, de mãos dadas, enviando sorrisos para mim. E elas parecem concordar com o auspicioso decreto: é hora de voltar para a estrada; é hora de voltar a ser quem eu sou. 


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