O que seria da ficção literária e cinematrográfica sem a mítica figura do mordomo?
Não sei. Mas certamente as noites de sono do Papa Bento XVI teriam sido muito mais tranquilas se o seu então mordomo, Paolo Gabriele, 46 anos, não houvesse decidido distribuir alguns "materiais sensíveis" de Sua Santidade para a imprensa italiana.
"Gabriele furtou vários documentos do pontífice e os repassou a um jornalista
italiano, Pierluigi Nuzzi, que publicou um livro revelando as relações entre a
Igreja e vários governos, além dos esforços de Bento XVI para abafar escândalos
sexuais na ordem Legionários de Cristo", relata notícia publicada hoje no jornal Hoje em Dia online (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/ex-mordomo-do-papa-bento-xvi-comeca-a-cumprir-pena-1.49083).
Por essa "pequena indelicadeza", o ex-mordomo e candidato a penitenciário deverá começar a "cumprir nesta quinta-feira (25) sua sentença de 18 meses de prisão em
uma cela dentro da Cidade do Vaticano".
Note-se bem que o Vaticano, um dos menores estados do mundo, tem todo o interesse em "acolher" o ex-mordomo e, assim, mantê-lo bem pertinho da autoridade máxima da Igreja Católica Apostólica Romana: "A opção de Gabriele era ser enviado a uma penitenciária italiana, mas o Vaticano
considerou isso arriscado, com medo que o ex-mordomo revelasse detalhes da
intimidade papal ou segredos do Vaticano aos detentos", relata a notícia.
O adágio é preciso: "A culpa é sempre do mordomo". Mas ele não deixa de ser também parcial: alguém mais pode ser culpado nessa história. Pelo menos, desde o dia em que a omissão de socorro também passou a ser crime.
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