UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Aventura 4 x 4: 2o dia

sábado, 21 de setembro de 2013

Aventura 4 x 4: 2o dia

Ai, ai, ai! É a segunda vez que o aplicativo do Blogger para celular me apronta essa! Depois de escrever um longuíssimo comentário poético (exigências da paisagem), ele me deleta tudo e eu tenho que recomeçar do zero. Paciência! O que eu tenho para contar não dá mesmo para ser esquecido em 25 minutos de escrita apagada.

Bom, dormidas algumas malfadadas horas - efeito dos 4.700m de altitude, das agulhadas na cabeça e da dificuldade de respirar em um deserto que tem pouca vegetação e, por isso mesmo, pouco oxigênio - fomos tropeçando nas próprias pernas até cair na mesa do café da manhã. A nossa pequena "família" de cinco pessoas já havia aprendido a rir dos próprios cabelos duros de sal e poeira, numa mistura de sintonia e cumplicidade que só o deserto pode proporcionar. Aliás, com ele aprendemos a várias coisas, entre elas a arte do desapego e do despojamento, da simplificação, do corte dos excessos e da mudança de prioridades. E uma prioridade agora era o silêncio.

A bem da verdade, não sei se o silêncio satisfez igualmente a todos. Mas, conversando com o Matt e a Sara na volta para San Pedro de Atacama, descobri que eles também ficaram felizes com o silêncio que reinou naquele carro. Em parte, culpa do Rafael, nosso anjo-motorista, um homem de poucas palavras que nem sequer tocou no rádio. De qualquer forma, o silêncio para mim foi um conforto e uma exigência do momento: ele descansou a mente para que as imagens pudessem entrar pelos olhos e escorrer ate o coração, onde tudo era processado. Um silêncio bastante eloquente, portanto.

As imagens a seguir dão uma impressão modesta e limitada da grandeza daquilo que vimos, sentimos e presenciamos. A rota começa com o primeiro deserto, onde está localizado o "arbol de piedra", um ícone do trajeto até o salar. Em seguida, vem a Laguna Honda, onde os ventos podem chegar a 350km/h. Depois a Laguna Hedionda que, a despeito do nome que carrega, compraz todos os flamingos que fugiram de San Pedro do Atacama. Depois, vem a Laguna Cachapa, localizada em frente de montanha do mesmo nome; o segundo deserto, ao lado de vulcão em atividade.
 
No caminho do nosso abrigo noturno, um povoado onde esticamos as pernas e testemunhamos os campos de quinoa que têm por lá. Por fim, nosso ponto de descanso, com direito a banho de chuveiro (uma raridade!), recarga das baterias e um jantar honesto e feliz.  E muita, muita gratidão por tudo o que pudemos ver e sentir.

No mais, boa contemplação!

Nenhum comentário:

Postar um comentário