UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: A cruz e a caldeirinha

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A cruz e a caldeirinha

Agora acabei de crer que aquela conversa de alinhamento da Terra com o seu sol e Alcione, aquela estrela/buraco negro situada no centro da nossa galáxia, só pode ser verdade!

As manchetes dos jornais não me deixam mentir: o calor grassa pelo país afora tal qual fogo na palha. E tudo indica que a metáfora será cada vez menos metafórica e mais literal se algo não for feito na esfera celeste: o calor bate recorde por todos os lados nesse país.

Aqui na Roça Grande, por exemplo, estamos sofrendo o mês de dezembro mais seco dos últimos 37 anos: "Neste mês, choveu o equivalente a 70,1 milímetros na região metropolitana de Belo Horizonte, apenas 24% do esperado para dezembro, cuja média histórica é de 319 milímetros" (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1206599-belo-horizonte-mg-tem-dezembro-mais-seco-dos-ultimos-37-anos.shtml).

Os jornais falam de uma massa quente que não larga do nosso pé: a estiagem prolongada "é causada pela atuação de uma massa de ar quente que dificulta a formação de nuvens sobre a capital mineira e bloqueia a chegada de frentes frias vindas do Sul do país, além de ser influenciada pelo fenômeno El Niño", explica matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo online.

Com isso, estamos esperimentando temperaturas 4ºC mais elevadas do que a temperatura média máxima para esta época do ano, que fica em torno de 28ºC. Mas tenho certeza de que tem o dedo de Alcione aí no meio: a coisa anda tão feia que o Rio de Janeiro registrou hoje, 4a feira, o dia mais quentte em 97 anos: "Em Santa Cruz (um dos bairros mais afastados do centro), na zona oeste, os termômetros marcaram 43,2ºC".

Tudo indica que a atual cruz de quem mora em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, é o calor: com a anuência e colaboração enfática de Alcione, "com a elevada umidade do ar e o vento quente que sopra vindo do norte, a sensação térmica foi ainda maior: 47ºC" naquele bairro. O que fez de lá um estranho parodoxo: Santa Cruz foi hoje a própria filial do inferno na cidade do Rio de Janeiro.

Ao contrário do Rio, a temperatura máxima na cidade de São Paulo foi medida na Zona Leste: "Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), a maior temperatura foi de 32,7ºC, na Penha, zona leste, por volta das 14h" (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1206732-sao-paulo-tem-maxima-de-327c-na-tarde-desta-quarta-feira.shtml). "Na média, a capital paulista teve 30,7ºC", índice considerado elevado para aquela cidade.

Trocando em miúdos: enquanto a secura paira por todos os lados na Roça Grande, o El Niño não deixa nenhuma frente fria subir do Sul; sem alternativa, São Paulo frita à leste, ao passo que o Rio ferve mesmo é à oeste. E no centro da Galáxia, lá está Alcione, rindo de tudo e de todos.

Simplesmente não temos para onde correr: se correr, o bicho pega; e se ficar: o bicho morre assado!






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