A semana finda e, com ela, a minha esperança de que esta tivesse sido uma semana mais calma. Ledo engano: o chão continuou estremecendo sob os nossos pés, a cabeça rodou, o fígado se exaltou, os ombros e o pescoço se contraíram, o coração pediu descanso. Tarefa urgente: está na hora de pensar nas próximas férias!
Foi com o espírito de quem anda sonhando com uma rede à sombra que li esta notícia sobre o lançamento do IRIS, um "telescópio espacial para começar a desvendar os segredos da baixa
atmosfera do Sol, região desconhecida onde se formam os ventos solares
que castigam a Terra regularmente" (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/ci%C3%AAncia-e-tecnologia/nasa-lanca-telescopio-espacial-para-estudar-atmosfera-solar-1.140753).
Pelos próximos dois anos, caberá ao telescópio IRIS (acrônimo de "Interface Region Imaging Spectrograph") uma tarefa que me pareceu de razoável importância: desvendar a origem dos ventos de mudança que tanto nos assolam. Com o novo telescópio, acredita-se ser "possível melhorar a previsão sobre as tempestades magnéticas que se
dirigem para a Terra e que são um fator de perturbação para a rede
elétrica".
A intenção é boa, mas o desafio é bem maior. Muito provavelmente, com ou sem a ajuda do telescópio IRIS, os perturbadores ventos da mudança continuarão revirando nossas vidas e caminhos. Mas de todas as lições que estão por vir, eu hoje vou preferir a tão almejada leveza de que falam os versos do Mário Quintana:
"O que o vento não levou
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."
Boa noite para quem fica, pois minha bateria já arriou há muito tempo.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
sexta-feira, 28 de junho de 2013
IRIS
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