UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Constrangimentos desnecessários

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Constrangimentos desnecessários

Coisa esquisita nesse país é esse apego desmesurado aos banheiros públicos. Aliás, de "público" eles não tem nada. É que eles foram sofrendo um progressivo processo de privatização ao longo dos anos: na passagem da moita ao banheiro (com direito a papel e sabão líquido), houve certamente um salto qualitativo não negligenciável, só que acompanhado de uma grande restrição do acesso.

Esse apego tem gerado atitudes extremamente vexatórias da parte dos funcionários de isntituições que servem ao público em geral, como bancos, órgãos de atendimento aos cidadãos. Veja bem: nesses locais, a privatização é tão absurda que ultrapassa a barreira financeira imposta pelos shoppings que, ao invés de oferecerem gratuitamente suas instalações aos seus consumidores, cobram pelo acesso a elas. E não venham me dizer que cobrar pelo banheiro é coisa normal: nesses 7 anos de vida nos EUA e Canadá, nunca vi uma única instalação comercial cobrar pelo acesso ao banheiro. E não venham me falar da falta de educação do povo brasileiro, patati, patatá... Os cinemas americanos parecem ter passado por um guerra de pipoca ao final de uma sessão e nem por isso eles cobram mais caro dos seus frequentadores. Ou talvez até cobrem... sei lá.

Enfim... Fato é que o caso desse senhor é típico aqui no Brasil: impedido de ter acesso ao banheiro de uma agência bancária, ele acaba urinando na própria roupa (http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/noticias/brasil/idoso-urina-na-calca-apos-ser-impedido-de-ir-a-banheiro-em-agencia-bancaria-1.239357). Da minah parte, o que eu mais desejo nesse mundo é que ele entre na justiça contra o banco pedindo reparação por danos morais.

Mas enquanto ações judiciais dessa monta não acontecem, existem outros (outra, no caso) com atitudes bem mais pragmáticas. Uma amiga da mãe de um amigo - cujo nome não poderia citar, até porque desconheço totalmente - foi impedida pela funcionária do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sete Lagoas de ter acesso ao banheiro do local, sob a alegação de que o banheiro era de uso restrito dos funcionários. A senhora em questão tentou argumentar que era idosa e doente, mas não adiantou; nada da funcionária deixá-la passar. Ela, que estava de saia naquele dia, tomou uma decisão arrojada: abaixou a calcinha e fez xixi em plena agência do SAAE, sob a vista estarrecida de todos os presentes.

Precisava desta atitude drástica? Bem, não sei. Mas tenho certeza de que depois disso a funcionária do SAAE vai pensar duas vezes antes de negar o acesso de alguém ao banheiro do local.

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