Essa foi a melhor do dia - pelo menos até agora: "Tiririca se engana e vota no salário de R$600" (http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/02/16/apesar-de-dizer-que-tinha-acompanhado-governo-tiririca-vota-sim-ao-minimo-de-600-923819046.asp). É que o deputado mais votado do Brasil havia declarado, ontem, que votaria pelo mínimo de R$545 em apoio ao seu partido, o PR, que, por sua vez, apoia o governo do PT.
O mais legal é que Tiririca jura que votou com o governo. Contrariando seu partido, o governo, a lista de votações disponibilizada pela Câmara dos Deputados e o seu próprio dedo, Tiririca vive um drama típico do esquizofrênico: ele acha que fez uma coisa, mas na verdade fez outra. Misturando realidade objetiva e subjetiva num caldeirão de bruxa, foi o seu dedo que acabou se confundindo e tamborilando o hino do PSDB.
Aliás, não seria surpreendente que outras partes do corpo do deputado Tiririca ganhassem autonomia progressiva com o passar dos meses na Câmara dos Deputados: é que naquela régia instituição, enquanto as mãos de uns lavam as mãos de outros, muitos acabam metendo os pés pelas mãos. Deve ser isso o que eles, os deputados federais, chamam tão carinhosamente de "autonomia parlamentar".
Uma salva de palmas para o Sr. Tiririca! Com tanta independência e inventividade assim, vai acabar entrando para a Academia Brasileira de Letras antes do final do ano e destronando todos os Imortais. Afinal, como eu já havia comentado anteriormente (dia 02-02), se o Sarney pôde, qualquer um pode...
P.S.= Que o fundador da Academia Brasileira de Letras, mentor intelectual deste blog, não me ouça!
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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