O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anda de caso com o Tiririca, só pode! É que os dois fazem mil e uma palhaçadas e depois ficam sem entender porque ninguém os leva a sério.
Escutem essa: duas semanas depois de ter deixado o funcionalismo do poder judiciário de cabelos em pé com a determinação de que os tribunais funcionem ininterruptamente das 9h às 18h, o CNJ chuta o pau da barraca e oficializa a "siesta" (http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/noticias/politica/cnj-oficializa-a-siesta-para-servidores-do-judiciario-1.265783).
Se nos fiarmos no que diz a matéria veiculada no Hoje em Dia Online, a nova determinação do CNJ fica parecendo um verdadeiro tiro no pé: "para ter o expediente flexibilizado, garantindo a pausa no almoço, basta que o órgão comprove que não tem o número suficiente de funcionários para cumprir o horário ininterrupto ou que mostre que precisa respeitar costumes locais". Trocando em miúdos: basta alegar um sincero apegos aos "costumes locais" para que a determinação B anule a determinação A. Assim, troca-se 6 por meia dúzia e ninguém sai do lugar. Legal o CNJ!
Mas o que mais me dá frio nos ossos é esse profundo respeito do CNJ para com os "costumes locais": se o órgão começa a levar a sério esse súbito apego ao hábitos da casa, a melhor solução vai ser mesmo mandar fechar a bodega e ir embora para casa. É que no judiciário, o exemplo vem de cima. Para memórias que clamam por refresco, aqui vai um "souvenir" dos bons: não faz muito tempo, o Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal, Paulo Medina, foi afastado por " por suposto envolvimento em venda de decisões judiciais a fim de favorecer a máfia dos caça-níqueis, desarticulada em 2007" (http://www.leieordem.com.br/ministro-do-stj-suspeito-de-corrupcao-exige-regalias.html).
Enfim... para uma nação que se crê deitada eternamente em berço esplêndido, a legalização da "siesta" nada mais é do que a confirmação da sua verdadeira vocação: dormir no ponto!
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
Putz!
ResponderExcluirFalou e disse, Ju!
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