UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Listas

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Listas

Deu hoje no jornal Folha de S. Paulo online: a rede social LinkedIn, direcionada para o estabelecimento de relações profissionais, organizou uma lista de 10 objetos, aparelhos ou hábitos que estão em vias de extinção nos escritórios e que podem desaparcer nos próximos cinco anos (http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/1158950-dez-coisas-que-devem-sumir-dos-escritorios.shtml).

A lista, que é resultado de uma pesquisa entre seus usuários, não deixou de ser surpreendente. Excetuando alguns exemplos bastante auto-evidentes, como a máquina de fax (com 81% dos votos) e os gravadores de fita (com 47%), confesso que a lista conseguiu levantar questões intrigantes sobre como seria o mundo sem algumas dessas geringonças.

Entre as coisas que devem sair do cenário dos escritórios deste mundo globalizado figuram - pasmem! - "escritório com porta" (em 7o lugar, com 26% dos votos), "telefones de mesa" (9o lugar, com 23%) e "cartões de visita" (10o lugar da lista, com 17%).

Diante das opções apresentas, não pude deixar de ficar preocupada com o meu futuro agora. Ora, se os escritórios em breve não terão mais portas, então o máximo que eu posso fazer é ficar torcendo para que as janelas sejam construídas bem rente ao chão para que se possa ter acesso ao seu interior. E para os escritórios situados acima do 3o andar, peço encarecidamente que andaimes sejam deixados do lado de fora das janelas, possibilitando a entrada dos trabalhadores mais obstinados. Do contrário, terão que contratar o Homem Aranha para serviços administrativos de toda ordem.

Raciocínio semelhante deve ser aplicado aos telefones de mesa: fica difícil imaginar um lugar melhor para dispor o aparelho do que sobre a mesa de trabalho. Aliás, talvez nem exista mesmo outro lugar. Na parede, seria extremamente cansativo - a menos que se incorpore a modalidade de conversa em viva voz nos escritórios para que cada funcionário possa dar seu grito mais alto, como em um pregão da bolsa de valores.

Por último, vou precisar me preparar psicologicamente para o réquiem do cartão de visitas. Também fiquei bastante abalada com a notícia de sua desparição em tão curto prazo. Muito da minha tristeza resulta do fato de que ainda nem sequer fiz meu primeiro cartão de visitas. E mais: se ele desaperecer em tempo hábil, o que faremos com as visitas? Elas virão até nós, mesmo sem cartão?

Estas são, contudo, questões de difícil resposta. Para obtê-las, teríamos que consultar alguma instância divinatória superior - algo como o Oráculo de Delfos. Mas ainda assim, teremos problemas. Pode ser que os oráculos tenham entrado em vias de extinção em listas anteriores... juntamente com as enceradeiras!

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