Alvoroço total em Leicester, na Inglaterra!
Arqueólogos da Universidade de Leicester confirmaram que "um esqueleto encontrado no ano passado, durante as escavações de um
convento medieval sob um estacionamento da cidade, era de fato o de
Ricardo" (http://oglobo.globo.com/ciencia/arqueologos-encontram-esqueleto-do-rei-ricardo-iii-da-inglaterra-desaparecido-ha-527-anos-7486055).
Mais conhecido como Ricardo III, o rei em questão, outrora "representado por William Shakespeare como um tirano
monstruoso que assassinou dois príncipes no palácio real da Torre de
Londres, foi morto lutando contra seu eventual sucessor, Henrique Tudor,
na Batalha de Bosworth Field, travada na região central da Inglaterra,
em 1485".
Obviamente,
o foco do deslumbramento midiático esteve concentrado na descoberta e
celebração dos despojos reais. Mas uma questão não me passou
despercebida: a pessoa-chave que, afinal de contas, permitiu a
identificação, via teste de DNA, de um esqueleto que esteve mais de 500
anos desaparecido.
Nada de pânico, leitores, porque resposta já nos foi antecipada pela notícia publicada hoje no jornal O Globo online: "Especialistas disseram que o DNA retirado do corpo combinava com o de
Michael Ibsen, um carpinteiro de origem canadense, morador de Londres,
que genealogistas disseram ser o descendente direto da irmã de Ricardo,
Anne de York".
Assim,
ficou fácil, fácil imaginar o enredo do filme: será que o jardineiro já
sabia de sua ascedência? Como e quando isto se deu? O que o teria
levado do Canadá a Londres? E o que teria levado seus ascendentes de
Londres até o Canadá?
Pelo
visto, passados mais de 500 anos de sua morte, Ricardo III contiuará
inspirando autores pelos tempos afora - senão alguém da estirpe do poeta
e dramaturgo Shakeaspeare ou do ator e diretor irlandês Kenneth Branagh
- pelo menos algum diretor hollywoodiano da vez.
Mas
difícil mesmo vai ser arrumar um ator com o mesmo grau de escoliose do
original: "O esqueleto também revela uma severa escoliose, que
acredita-se ter
ocorrido no início da puberdade. Embora tivesse 1,70m de altura, a
curvatura na coluna levaria o rei a ficar significativamente menor e com
o ombro direito mais alto do que o esquerdo". Tudo isso piorado, claro,
pelos anos em que ficou guardado debaixo de um estacionamento.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário