http://www.youtube.com/watch?v=YsY1TXCza5k
Para quem não viu ou não se lembra, o vídeo clip é uma alegoria da inércia dos líderes mundiais na resolução de conflitos gerados por divisões físicas como o Muro de Berlim. Frampton, herói do clip - uma espécie de mensageiro da paz cabeludo e transgressor - desdenha da burocracia e dos esquemas de segurança nacionais. Fiquei rindo da singeleza com que as resoluções políticas de alto escalão eram vistas naquele contexto: como se um cochicho ao pé do ouvido fosse trazer a lucidez dos decisores de volta.
Bem, se cantar “breaking all the rules” diante das câmeras era desafiador nos idos de 1980, hoje, uma risadinha cínica, fora do alcance das câmeras, já dá pro gasto. É que existem transgressões com ‘t’ maiúsculo e minúsculo. Hoje de manhã, também fiquei rindo, admirada, ao ver a falta do que fazer da criatura que colocou uma falsa bomba no banheiro do Aeroporto de Confins (http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/minas/ameaca-de-bomba-revela-falta-de-seguranca-em-confins-1.231572). É claro que a pegadinha de mau gosto surtiu lá seu efeito positivo, já que a falsa bomba levou o Sindicato dos Aeroviários a questionar a eficiência do esquema de segurança de Confins: nenhuma câmera teria sido capaz de flagrar o transgressor.
Mas em termos de mobilização crítica, o mínimo que posso dizer é que faltou charme e utopia ao último episódio. Entre a utopia de um herói cabeludo fazendo as vezes de “diplomata” e essa delinquência caipira de pequenas proporções, claro, nem precisa perguntar: fico com o primeiro. Melhor para mim que, como não deixei de rir nem de um caso nem do outro, acabei o dia me achando ainda mais boba alegre.
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