UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Guia prático 3

domingo, 30 de janeiro de 2011

Guia prático 3

Caríssimos,

Dando vazão à minha vocação altruísta e generosa, eis aqui alguns conselhos do novíssimo “Guia prático de coisas estúpidas para não se fazer em dia de sol”.

Para quem mora bem longe do mar, dia de sol = dia de cachoeira, certo? Bem, o seu passeio à cachoeira pode virar um "algo mais", caso você decida fazer a você mesmo e a aqueles que te aconpanham a gentileza de perder as chaves do carro NA PRÓPRIA CACHOEIRA. Neste caso, o seu dia de sol deixa de ser um dia de diversão para se tornar um dia de experimentação. Senão, vejamos...



A primeira delas foi testar o seu limite para a exaustação e para a insolação, ao percorrer pelo menos duas vezes o mesmo percurso na trilha que vai do carro estacionado até a cachoeira. Essa mesma trilha, que parecia bela e estimulante no início do passeio, parece ter adquirido algumas dezenas de quilômetros a mais. Nessa altura do campeonato, a água potável, por estar exposta à temperatura ambiente, já virou chá, e seus miolinhos, ovo frito.

Aí, depois de horas nesse percurso extenuante, você entrega a situação para o bom Cristo e percebe que não achou e nem vai achar a tal da chave. Hora de partir para o plano B, qual seja: mudar de área de atuação profissional e começar uma promissora carreira em arrombamentos de carro. Sabe por quê? Porque seu celular, sua carteira com dinheiro, cartões e todos os seus patuás, além do irremediável protetor labial, ficaram todos presos dentro do carro. Mais uma descoberta alarmante desse dia de experimentações: é mega-fácil arrombar um Fiat Strada; aliás, mais fácil do que tirar um doce de uma criança. Aqui vai uma prova de que o dono do carro tem uma promissora carreira como arrombador.



Terceira experimentação do dia: seu celular pode virar telefone fixo em um piscar de olhos! É verdade! É que na localidade onde você escolheu passar seu repousante dia de domingo os celulares quase não pegam. Mas aí você testa seus dons de sobrvivência tentando aprender com os nativos: eles desenvolveram um método infalível para fazer seu celular funcionar: o aparelho deve ficar pendurado em um arame farpado dentro da "extensa" área de cobertura local. Difícil é alcançar o dito-cujo, que só pode funcionar no viva voz. Aí, você descobre que a Era do Rádio era o máximo e que nasceu para ficar de pé com o pescoço esticado para um utensílio que capte sua voz para levá-la até os confins do mundo. Mas se não for até os confins do mundo, até a seguradora do carro também serve.



Bem, arrombado o carro, discado o celular e acionada a seguradora, só nos resta aguardar as três horas de prazo que nos foi dado pela simpática atendente paulista desta mesma seguradora. E eis que entra a quarta e última parte da experimentação: faltando 40 minutos para o fim do prazo de espera, você foi sabiamente aconselhado a ir até o outro boteco do povoado para saber se alguém encontrou a chave do seu carro. Milagre!!!! Alguém, talvez com menos preparo físico e tendo feito menos vezes o percurso entre carro e cachoeira, achou sua chave e a entregou no balcão do tal boteco. Aí, só te resta experimentar... o Nirvana!

Enfim, para fechar esse dia de grandes experimentações e retorno às trilhas e cachoeiras, nada como uma imagem que, por si só, diz mais que mil palavras. E até a próxima.

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