UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: O mar e a rainha

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O mar e a rainha

Dia 02 de fevereiro é dia de Iemanjá, a rainha do mar.

Para quem ouviu falar de Iemanjá o dia todo e está a pelo menos uns 600km da praia mais próxima, o jeito foi reviver minha carência de mar com algumas mostras de animismo: lembrar de Iemanjá é uma forma de reverenciar essa imensidão chamada de "mar". E junto com o mar, geralmente costuma vir (principalmente para quem mora longe dele e só o visita em férias e feriados) todo um pacote semântico intrinsecamente associado ao prazer: sol, vento, linha reta do horizonte. E calor, de preferência.

A julgar pelas medições do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, vinculado a Agência Espacial Americana (Nasa), temos tido cada vez mais motivos para correr para o mar e dar mergulho: "2011 foi o nono mais quente desde que começaram os dados começaram a ser coletados, em 1880, com um aumento da temperatura média de 0,51 grau Celsius frente a uma base que considera a média geral da temperatura global entre 1951 e 1980" (http://oglobo.globo.com/ciencia/nasa-divulga-mapa-da-temperatura-global-em-2011-3855765#ixzz1lHXmiCkN).

Os prognósticos não são lá muito animadores e a perspectiva de refresco é pequena. James Hasen, diretor do Instituto Goddard, afirma que "continuamos a observar uma tendência rumo a temperaturas mais altas". Mesmo assim, apesar do "efeito resfriador de uma La Niña forte e uma menor atividade solar nos últimos anos, 2011 ficou entre os dez mais quentes já registrados".

Calor sem atenuantes, eis o que temos recebido nos últimos anos. Mas não acredito que estejamos ajudando. Afinal, sabe-se que "o planeta está absorvendo mais energia que emitindo".

Nenhuma. Pelo menos, não nessa suscinta matéria. Precisamos, sem dúvida, emitir mais e absorver menos. Mas até chegarmos lá, muita água vai passar debaixo da ponte.

Enfim, vou dormir que já é tarde. Embalada por Caymmi, vou deixando o meu pedido de clemência para Iemanjá em um barquinho imaginário - e junto dele, uma vela acesa num barquinho de madeira, ornado com flores coloridas.

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