UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Fóssil de camarão

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Fóssil de camarão

Que alegria! Ano Novo, vida nova, novas descobertas. Inclusive a descoberta do velho, do esquecido e do ultrapassado.

Refiro-me, mais particularmente, à descoberta de um fóssil de camarão em pleno sertão nordestino. Mas não pense você, incauto leitor, que se trata aqui de uma camarãozinho qualquer. "Pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresentaram nesta quinta-feira (17) o único fóssil de camarão achado no Brasil. A estimativa dos pesquisadores é que o fóssil tenha mais de 100 milhões de anos" (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/fossil-de-camar-o-de-100-mi-de-anos-e-achado-no-brasil-1.79742).

Na verdade, a notícia da "descoberta" já não era lá tão nova assim. É que algumas dúvidas pairavam sobre a autenticidade do fóssil recém-descoberto: "Encontrado em maio do ano passado, no distrito de Romualdo, na cidade de Missão Velha, no Cariri cearense, os pesquisadores levaram oito meses de estudos para comprovar que o fóssil era de um camarão pré-histórico".

Além de ser único no Brasil, o fóssil é também novidade no resto do mundo. Ao menos, é isso que deu a entender notícia publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo: "Na apresentação, os pesquisadores destacaram que o achado é único exemplar no mundo", afirma. Fora isso, o fóssil de camarão indica a presença de mar ou lagos de elevada salinidade  em pleno sertão pernambucano: "Com a descoberta os pesquisadores informam que há assim evidências que o semi-árido nordestino já foi banhado pelo mar provavelmente na Era Cretácea (entre 140 milhões e 65 milhões de anos)."

Apesar de todos esses achados científicos da máxima relevância, há algo que parece realmente ter passado desapercebido dos cientistas: há pelo menos 65 milhões de anos, gringos já compareciam às nossas praias sem proteção solar adequada. Sorte do nosso pequeno fóssil que, uma vez morto e desidratado, esteve por um triz de virar o primeiro acarajé do sertão nordestino!

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