UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Malfadada

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Malfadada

Pela quantidade de atrocidade que anda acontecendo pelo mundo afora, há quem acredite que as fadas madrinhas têm andado um tanto quanto escassas  no mercado. Só que nem as fadas estão mais imunes às obsessões e descalabros do mundo contemporâneo.

Pelo menos, é isto o que sugere a notícia publicada hoje no jornal Hoje em Dia online a respeito desta estranha "fada-madrinha" que apareceu nos EUA: "A americana Susan Warren, também conhecida como 'Fada da Limpeza', foi novamente detida pela polícia de Elyria, cidade localizada em Ohio, nos Estados Unidos" (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/bizarro/fada-da-limpeza-e-detida-apos-limpar-calcada-de-vizinho-1.83161).

O motivo para a intervenção policial? Não sei se é dos mais torpes, mas certamente levanta controvérsias: "A mulher estava varrendo a calçada dos vizinhos, mas não havia sido autorizada". A pergunta seguinte é quase automática: e o que pode haver de errado nisto? Bem, digamos que respeito ao "livre-arbítrio" não é o forte da fada: "Em um dos episódios mais recentes, a 'Fada da Limpeza' invadiu uma casa, limpou tudinho e deixou um bilhete com seu número de telefone e uma conta de US$ 75."

Neste caso específico, devo reconhecer que a ação policial teve lá o seu papel profilático: apesar de bem-intencionada, a fada é danada de espaçosa. Vai que a moda pega e  a "fada da limpeza" decide levar a farsa adiante? Dali a processar os proprietários das casas por encargos trabalhistas atrasados é outro pulinho de nada. E se o delírio continuar seu livre curso, tanto pior será: não há de lhe faltar coragem alguma para acusar quem quer que seja de exploração de trabalho escravo.

Mas muito pior do que não honrar uma fatura de US$75, amigo leitor, vai ser se o proprietário visitado resolver ignorar o telefone anotado no bilhete e não ligar para a referida fada. As estatísticas mostram que só há uma coisa pior do que uma fada obsessiva: uma fada obsessiva rejeitada! E nome do  proprietário inadimplente não há de conhecer outro destino senão a boca do sapo mais próximo.

O que nos leva a concluir, sem grandes rodeios, que não se fazem mais fadas-madrinhas como antigamente.




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