Pergunta que não quer calar: o que 2013 nos trará de realmente novo?
Bem, se você passar pelo Aeroporto Santos Dumont, na cidade do Rio de Janeiro, verá que muito pouca coisa mudou: mesmo com os recordes históricos de calor na cidade tendo sido alcançados, as medidas reparadoras para que a refrigeração do local fosse normalizada parecem estar sendo insuficientes.
Pelo menos é o que dá a entender a notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo online: "Mesmo após a Anac (Agência Nacional de Aviação) anunciar uma multa de R$
250 mil à Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária)
pelas falhas no sistema de ar-condicionado do aeroporto Santos Dumont,
na região central da capital fluminense, passageiros que circulavam
nesta quinta-feira (3) pelo terminal reclamavam do calor no local" (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1209552-passageiros-voltam-a-reclamar-do-calor-no-aeroporto-santos-dumont.shtml).
À semelhança da Biblioteca Nacional, que se tornou uma autêntica filial do inferno ao registrar 47ºC nas suas dependências (http://www.cronicasdejuvenal.blogspot.com.br/2012/12/veranescas.html), é a vez do Aeroporto Santos Dumont se candidatar a uma franquia dos domínios infernais.
Mas inovadora mesmo foi a resposta dada pelo superintendente da Infraero ao supracitado jornal: "Todo o sistema de ar condicionado está funcionando normalmente, nós não
temos como expandir mais do que isso, o que ocorre é que têm feito um
calor atípico na cidade do Rio de Janeiro. O terminal de embarque de
passageiros é similar a um tubo semitransparente. Quando a temperatura
aumenta, o local virá uma espécie de estufa. Todo espaço do aeroporto é
coberto de vidro, as pessoas têm a sensação de estar mais quente, mas
está tudo funcionando perfeitamente. E quanto aos ventiladores, nós já
estamos providenciando a retirada deles, pois não são mais necessários".
Outra pergunta que não quer calar: se o calor é tão atípico, por que os ventiladores não são mais necessários?
É, se dependermos de respostas arrojadas como esta para sairmos da mesmice dos velhos problemas, então estamos lascados. O jeito vai ser preparar aquela sua massa de bolo preferia, untar uma forma e mandar assar em qualquer um desses dois locais, para sua maior comodidade e conforto.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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