Sim, ela mesma: a tão aguardada chuva. Aquela com a qual sonhamos tanto ao longo destes últimos dias de calor insano. Aquela que deu o ar da graça pela primeira vez este ano: a chuva, linda e abençoada chuva!
Pois lá ia eu com a alma agradecida fazer a leitura dos jornais do dia - já antecipando o deleite de uma boa noite serena e fresca de sono - quando metaforicamente caio das nuvens: senhora e senhores, nenhuma louvação foi feita à chuva que caiu abundantemente esta tarde.
Em contrapartida, sobraram matérias fartamente ilustradas com fotos que falavam dos diversos pontos de alagamento na Roça Grande (http://www.hojeemdia.com.br/minas/chuva-em-belo-horizonte-arrasta-carros-e-deixa-pessoas-ilhadas-1.75812), do aumento do número de afogamenttos em Minas Gerais(http://www.hojeemdia.com.br/minas/dezoito-morreram-afogados-na-primeira-semana-de-janeiro-1.75823) ou, ainda, da correlação entre o aumento do número de casos de dengre e o aumento da temperatura (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/estudo-liga-aumento-da-temperatura-a-casos-de-dengue-1.75886).
Pois então, de pirraça, não vou comentar nenhuma dessas notícias. Vou preferir falar dessa pintura de Matisse - intitulada "Le Jardin" - que acaba de ser recuperada depois de alguns anos de sumiço total e irrestrito: "O quadro 'Le jardin', de Henri Matisse, roubado do Museu de Arte Moderna de Estocolmo, há 25 anos foi encontrado nesta segunda, em Essex, ao norte de Londres, na Inglaterra" (http://oglobo.globo.com/cultura/quadro-de-matisse-roubado-ha-25-anos-encontrado-em-londres-7213909).
Segundo o jornal inglês The Independent, a pintura em questão, que foi "feita em 1920, [e] avaliada em US$ 1 milhão, foi levada no dia 11 de maio de 1987 por um ladrão que escapou pouco antes de a segurança chegar ao local". Isso aí: US$ 1 milhão pelo quadro de Matisse. Valor elevado, diriam alguns. Mas eu tendo a achar que este é um valor tímido se comparado ao valor da chuva que caiu esta tarde. Pois ao invés de toda a tragédia associada à chuva pelos jornais de hoje, prefirirei ficar com minha gotículas de chuva e minha cama me chamando para dormir o sono dos justos.
Mas antes de partir: uma canção. Para pensar na chuva e embalar nossa gratidão.
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