UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Pipoca no asfalto

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pipoca no asfalto

Na onda das denúncias de maus tratos aos animais que vêm animando as manchetes desde 6ª feira passada, após a pirotécnica liberação dos cães da raça beagle de um laboratório na cidade de São Roque (SP) (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/10/1360723-se-deixarem-busco-ratos-afirma-luisa-mell-sobre-maus-tratos-contra-animais.shtml), novas cenas de maus tratos animais usados como cobaias - a porcos, mais especificamente - ganham a mídia nacional.

Segundo relato publicado em matéria no jornal Folha de S. Paulo ,"cinco animais vivos, sedados, passavam por cirurgias experimentais de traqueostomia - abertura de um orifício na traqueia para permitir a respiração artificial - durante uma aula do curso de Medicina". (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/ativistas-invadem-laboratorio-e-filmam-uso-de-porcos-em-aula-de-medicina-1.185484).

Imbuída deste mesmo espírito preservacionista que impera pelo país afora, quero deixar aqui minha demonstração pública de preocupação com os pombos!

Em breve notícia publicada também no jornal Hoje em Dia online, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) adverte que o lote número 123 da marca de pipocas "Brasileira", fabricado no dia 1º de abril de 2013, cuja validade vai até 1º de março de 2014, contém um elevado teor de aflatoxina: "Segundo a ANS, a aflatoxina é uma substância produzida por um fungo que, em grandes concentrações, pode ter efeito cancerígeno" (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/10/1361388-anvisa-suspende-venda-de-pipoca-com-substancia-cancerigena.shtml).

Estupefata com os possíveis danos à saúde dos grandes consumidores de pipoca, deixo meu conselho a título de contribuição: aos pombos, dê apenas milho.

"E para as crianças? Devemos dar pipoca?"

Bem, como este nosso país é cheio de paradoxos, alguns reacionários facilmente sustentariam que as crianças mais pobres - e somente elas - deveriam ser constantemente nutridas com essas iguarias. Depois, deixaríamos que elas crescessem junto com algum câncer maligno para que, ao chegarem aos hospitais públicos, sirvam de cobaias para os médicos residentes: estes, certamente, saberão sedá-las como porcos, tal qual como se faz nas faculdades de medicina pelo país afora.

Riscos do paradoxo! E há quem acredite, veementemente, que os indigentes sociais valem menos do que qualquer animal de laboratório.

P.S. = Voltando aos pombos: se estiver fazendo o calor que fez hoje, cancele também o milho: há um grande risco de virar pipoca no asfalto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário