UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Cafeólatras em veranico

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Cafeólatras em veranico

"Tenho sede de café, mas café dá sede": esta seria a síntese do dilema vivido pelos aficionados por café nestes dias quentes de verão. Mas, se depender dos resultados divulgados por um estudo desenvolvido na Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e publicado hoje no periódico científico Plos One, o dilema não tem qualquer fundamento científico.

Ou seja: segundo este estudo, "não há relação entre o consumo moderado de café e a desidratação", o que contesta resultados de uma "pesquisa anterior que mostrava os efeitos agudos da cafeína como um diurético leve, e uma suposição comum de que bebidas com cafeína, como o café, tinham este efeito"  (http://oglobo.globo.com/saude/consumo-moderado-de-cafe-nao-causa-desidratacao-11254147).

Para alegria dos cafeólatras como eu, foram medidos "os efeitos do consumo moderado de café preto em comparação ao de volumes iguais de água para o equilíbrio de fluidos e o estado de hidratação" de um grupo de consumidores regulares de café. Em seguida, mediu-se o estado de hidratação de cada indivíduo, levando-se em consideração a massa corporal, a água corporal total e  análises de sangue e de urina.

É a pesquisadora responsável pelo estudo, Sophie Killer, quem conclui: "Nós descobrimos que o consumo de um consumo moderado de café, de quatro xícaras por dia, não causou diferenças significativas em uma ampla gama de indicadores de hidratação em comparação ao consumo de quantidades iguais de água."

Bem, como tudo nessa vida, a pesquisa merece duas ressalvas. Por um lado, "as mulheres foram excluídas do estudo para controlar possíveis flutuações no equilíbrio de fluidos resultantes de ciclos menstruais". Ou seja, como o estudo não acompanhou os indicadores de hidratação em mulheres, ele não é capaz de confirmar nem refutar o impacto do café na regulação dos fluidos femininos.

Por outro, parte-se do pressuposto de que "quatro xícaras" é o parâmetro adequado para qualificar o consumo moderado de café. No entanto, na falta de dados mais consistentes sobre o tamanho da xícara utilizada no experimento e o nível de concentração do café oferecido às cobaias, fico por aqui, refletindo sobre a minha própria sorte nesses dias de sol intenso: ou bem os meus fluidos são rebeldes e se evaporam na presença de quantidades mínimas de café; ou bem a colher que serve de medida para o café veio de Itu.

Boa noite para quem fica. 





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