UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Mortes e vidas, Severinas

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Mortes e vidas, Severinas

Com os jornais nos apontando, diariamente, tantas maneiras de se morrer bestamente, fica difícil pensar em bons exemplos de vida.

O caso da mulher de 36 anos que morreu em razão da queda de um raio durante um passeio no Guarujá (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1397270-raio-mata-mulher-na-praia-do-guaruja-no-litoral-de-sao-paulo.shtml) ou o do homem que matou outro em razão do uso de celular em sala de cinema (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/mundo/homem-mata-um-em-cinema-apos-briga-por-uso-de-celular-1.209057) são sintomáticos de um tempo: não morremos amassados pela pata do dinossauro (mesmo porque os humanos não chegaram a conviver com os dinossauros), mas somos tão vulneráveis quanto poderosos. Eis o paradoxo da nossa condição.

O mais estranho, contudo, vai ser se acostumar com as novas formas de nascer. Uma delas é o transplante de útero, que passa a ser feito para fins de reprodução: "uma equipe médica da Suécia informou nesta segunda-feira (13) que nove mulheres fizeram com sucesso transplante de útero doado por parentes e em breve poderão ficar grávidas" (http://www.hojeemdia.com.br/noticias/medicos-suecos-fazem-primeiro-transplante-de-utero-1.208940).

Bem, não há nada de realmente novo com relação aos transplantes de órgãos, que já vêm sendo feitos há décadas. A diferença aqui é que as doadoras são parentes vivas: "No Reino Unido, médicos também planejam este tipo de cirurgia, mas usarão apenas úteros de doadoras mortas", ressalta a notícia publicada hoje no jornal Hoje em Dia online.

Além disso, a técnica de transplante entre mulheres vivas que está sendo desenvolvida pela Suécia parecer ser digna de controvérsia: "Especialistas classificaram o projeto como significativo, mas salientaram que não há conhecimento sobre se os transplantes resultarão em crianças saudáveis".

No mais, a vida das doadoras não será exatamente uma maravilha, pois há que se pensar na falta que um útero faz para uma mulher em idade fértil. Para as transplantadas, fica a pergunta: por que não adotar?

Se bem que, do jeito que a coisa anda, vai acaba ficando tudo na mesma vibe (ui, como eu detesto esta expressão!). Já sem brilho e mistério, nascer, viver e morrer deixarão de ser importantes partes de um ciclo para se consumarem em pequenos atos de insanidade.

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