Estranho percurso vivido por este senhor já de idade na cidade de Ribeirão Preto (SP): "Sem dinheiro nem trabalho nem lugar onde morar, um pedreiro de 72 anos achou uma solução inusitada para se abrigar: montou, no alto de uma árvore, uma casa, usando pedaços de madeira e papelão" (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/1122624-sem-onde-morar-pedreiro-de-ribeirao-preto-sp-constroi-casa-em-arvore.shtml).
A história de vida dele é uma sucessão de desventuras: desempregado aos 72 anos (idade em que deveria estar aposentado), este senhor diz que "sobrevive catando e vendendo materiais recicláveis" e que "consegue comida revirando lixo". Para piorar seu drama, "o pedreiro, que não quis fornecer o nome, disse que vive no local há cerca de dois meses porque não tem onde ir. Ele diz ainda não receber apoio da família".
A posição da prefeitura de Ribeirão Preto não poderia ser mais catastrófica. A solução mais óbvia para foi a retirada do homem da sua moradia improvisada - mas não necessariamente oferecendo alguma alternativa mais substantiva em troca. Segundo nota da assessoria de imprensa da prefeitura, citada na matéria, "agora, uma equipe trabalhará com ações diárias para tentar tirá-lo do lugar".
Aliás, minto! A prefeitura de Ribeirão Preto chegou até a oferecer uma alternativa bastante "viável" para os problemas deste senhor: além de encaminhar o caso à "Coordenadoria do Idoso para que providências jurídicas sejam tomadas", o grande objetivo do órgão público é que o idoso "seja transferido para uma clínica de tratamento".
Enfim... Com tanta amolação na vida, o senhor pedreiro, que parece já tão acostumado à serenidade do local - "aqui ninguém me incomoda. É um lugar tranquilo" - tem pelo menos um motivo do qual se orgulhar: aos 72 anos idade e tendo ganhado a vida como pedreiro, ele ainda é capaz de subir em árvore!
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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