Decididamente, o fio que nos ata à vida - e que conserva em nós o sopro vital - é tenue como um fio de teia de aranha.
A notícia de que um tirador fez 12 vítimas fatais na estreia do filme "Batman, o Cavaleiro das Trevas ressurge", na cidade de Denver (EUA), há apenas algumas horas já foi por si só estarrecedora (http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6007754-EI8141,00-Sou+o+Coringa+disse+atirador+ao+ser+preso+no+Colorado.html).
Mas a notícia de que entre as vítimas havia uma sobrevivente de um tiroteio acontecido em um shopping da cidade de Toronto (CA) em junho deste mesmo ano é de fazer arrepiar a coluna vertebral (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1123199-vitima-de-ataque-no-colorado-sobreviveu-a-outro-tiroteio.shtml).
Segundo notícia publicada ainda há pouco no jornal Folha de S. Paulo online, a jovem Jessica Ghawi havia narrado os pormenores do primeiro evento trágico em seu em seu microblog pessoal, dizendo que "ela estava na praça de alimentação do shopping momentos antes do primeiro ataque que sofreu" e que sua presença no local acabou sendo determinada pela escolha do cardápio que fez naquele momento: um hamburger. "Se eu tivesse escolhido um sushi, eu não estaria no mesmo local em que um dos mortos foi encontrado", relata a vítima.
A conclusão que Jessica tirou daquele evento continua válida para todos os eventos e situações que vivenciamos ao longo da nossa passagem por este mundo: a fragilidade da vida. Ainda de acordo com a notícia, ela teria concluído o seguinte: "Lembrei que nós não sabemos onde e quando nosso tempo na terra vai terminar. Onde e quanto nós vamos respirar nosso último suspiro".
Antes de suspirar pela última vez, a jovem teria atualizado seu blog lá de dentro da própria sala de cinema: "O filme está atrasado em 20 minutos", relata. Tarde demais. Quando a hora chega, não há atrasos, nem antecipações: é simplesmente a hora de dar o último suspiro.
A autora criou esse blog para divagar sobre o que lê diariamente nos jornais, com foco principalmente (mas não exclusivamente) na cobertura diária de ciência. Suas principais armas são a ironia de inspiração machadiana e um computador bacaninha (ela tirou o escorpião do bolso e comprou um de verdade). Ao citar alguma passagem, por favor, dê créditos para a autora: até para as grandes bobagens o direito autoral é inalienável.
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