UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Olímpicas

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Olímpicas

É verdade: estive fora do ar durante 24 horas, mas já voltei. Apesar de curta, a minha ausência foi brindada com uma dose cumulativa de estupefação ao ler esta notícia que foi publicada hoje na Folha de S. Paulo online.

A referida notícia, que é possivelmente um verdadeiro segredo de Polichinelo, relata que pela primeira vez na história da Humanidade desde a descoberta da roda, a TV Globo perdeu o direito de transmissão das Olimpíadas na TV aberta para a Rede Record (http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1122139-com-olimpiada-na-record-globo-troca-palmeiras-por-corinthians.shtml).

Ainda que o tal "segredo" já deva ser de conhecimento de quase todos os brasileiros (exceto a desinformada que escreve este documentário), a pseudo-revelação me deu consciência do estado de excepcionalidade deste ano que vivemos. Sim, os Maias estavam certos: há algo de incomum em 2012 que faz inveja ao ano em que Moisés abriu passagem pelo Mar Morto ou algum outro período histórico mais surpreendente da nossa história intergalática.

Os sinais dos tempos, a meu ver, são evidentes: "Este será o primeiro domingo em que a Globo terá a concorrência direta da TV Record, que detém os direitos dos Jogos Olímpicos para TV aberta. Nesta data e horário, a Olimpíada terá dois jogos de futebol masculino, além de duelos no basquete e vôlei e de outras modalidades". A TV Globo, em contrapartida, preferiu trocar o jogo Cruzeiro X Palmeiras pelo do Bahia X Corinthians.

Se você já estava queixoso, achando que o fim do mundo está próximo diante de mudanças tão drásticas, pelo menos um elemento permanece imutável, apesar de todos os chacoalhamentos energéticos em voga no momento: ambas as redes de TV transmitirão algum jogo de futebol no domingo, garantindo alguma estabilidade ontológica aos Brasileiros.

Ufa: que bom! O fim do mundo está próximo, mas ainda não chegou. 
Acho que escapamos por pouco: pelo menos, o brasileiro médio terá tempo de abrir uma latinha de cerveja e se desligar dos problemas cotidianos. Como consolo fica uma única certeza: se o mundo não acabar este ano, tudo ficará como dantes na terra de Abrantes. Ou não, como diria Caetano...

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