UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Engodos

segunda-feira, 4 de março de 2013

Engodos

Mentira tem perna curta! E não há disfarce capenga que se mantenha por muito tempo. Pois se a segunda-feira amanheceu assim, com os papéis trocados e as coisas no lugar errado, muitos foram os exemplos de farsas que acabaram sendo desmascaradas no decorrer do dia.

A começar pelo falso bispo que tentou se infiltrar na reunião dos cardeais que decidirão o sucessor do papa abdicante, Bento XVI. Segundo a notícia publicada no jornal O Globo online, "um homem disfarçado de bispo conseguiu se infiltrar entre os mais de cem cardeais que chegavam nesta segunda-feira no Vaticano para a primeira reunião preparatória do conclave que irá eleger o novo Papa" (http://oglobo.globo.com/topico-papa/falso-bispo-tenta-se-infiltrar-na-reuniao-dos-cardeais-7738499).

Mas logo, logo o engodo foi local desarticulado pelos seguranças do Vaticano. Para azar do falso bispo que, esquecido da premissa de que o hábito faz o monge, andou pecando justamente no vestuário: "Ele usava uma corrente com um crucifixo, um cachecol roxo no lugar da faixa na cintura e uma bata com um tamanho um pouco mais curto do que o padrão." Conclusão: foi pego com as calças na mão (atenção, é uma metáfora!), depois de ter tirado algumas fotos com religiosos locais.

Aberração semelhante aconteceu nesta tarde de segunda-feira, na cidade de Igarapé, região central de Minas Gerais. De acordo com notícia publicada no jornal Hoje em Dia online, os bombeiros foram acionados para resgatar cavalo disfarçado de banhista: "um cavalo foi retirado de dentro de uma piscina (...) após ficar quase uma hora com mais da metade do corpo submersa" (http://www.hojeemdia.com.br/minas/bombeiros-s-o-acionados-para-retirar-cavalo-de-piscina-1.97360). "A causa do acidente não foi informada", mas suspeita-se que o cavalo fazia topless no momento do acidente, o que teria facilitado seu reconhecimento pelo corpo de bombeiros.

Mas o pior engodo do dia - quiça do ano! - foi o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) querer ser presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, em Brasília. Segundo notícia publicada na Folha de S. Paulo online, Feliciano já havia declarado "em seu site que o 'ativismo gay' serve para promover violência" (http://www1.folha.uol.com.br/poder/1240319-pastor-organiza-abaixo-assinado-para-presidir-comissao-de-direitos-humanos.shtml).

Disfarçado de defensor dos direitos humanos, Feliciano foi desmascarado publicamente quando enunciou sua definição de minorias nos seguintes termos: "Do ponto de vista da política, minoria são grupos desprivilegiados, por não conseguirem estudos e empregos. Os gays não se encaixam nesse perfil, pois são estudados e tem ótimos empregos."

Possivelmente surpresos com tamanha generalização, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais pobres e com baixa escolaridade em todo o Brasil deveriam se disfarçar de deputado e gozar dos "ótimos empregos" que Feliciano se lhes atribuiu.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário