UA-89169382-1 Crônicas de Juvenal: Outonal

quinta-feira, 28 de março de 2013

Outonal

Este ano, foi só virar a página do calendário para ver o outono chegar aqui na Roça Grande. De fato, ele foi quase pontual, pois acabou chegando um dia antes do início oficial do outono, quando temperaturas mais amenas substituíram o calor intenso que persistia desde dezembro do ano passado.

Mas é somente agora que passou o susto, o sufoco e a insatisfação com o calor que se pode falar dele. Pois bem: "levantamento inédito feito pelo GLOBO com base nas temperaturas aferidas diariamente em três horários – às 9h, 15h e 21h – pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em suas 765 estações em atividade no país" trouxe diversas conclusões com relação às ilhas de calor do Brasil, algumas delas totalmente previsíveis, outras nem tanto (http://oglobo.globo.com/ciencia/o-endereco-do-calor-no-brasil-7958356)

Primeiro, passemos pelas conclusões previsíveis: a cidade mais quente do Brasil, Bom Jesus, está localizada no clima semi-árido do Piauí, a 635 quilômetros ao sul da capital do estado, Teresina. As conclusões mais surpreendentes ficam por conta da posição do Rio de Janeiro no topo das capitais mais quentes, desbancandos Teresina e Palmas, duas capitais tão quentes que poderiam abrigar a casa de casa de praia do Tinhoso. "Os meteorologistas ouvidos pelo GLOBO esperavam que o semiárido monopolizasse o topo da lista, mas surpreenderam-se com a aparição da capital fluminense". 
O segredo desta última reside numa combinação de fatores que favorecem uma percepção mais realçada do calor: "no Rio, a sensação térmica, medida que combina umidade e temperatura, costuma atormentar os cariocas. Nesses dois fatores, a capital fluminense costuma registrar valores elevados, o que torna a sensação de calor maior do que a percebida no semiárido".

Apesar da humidade contribuir diretamente com a percepção do calor, a segunda surpresa no mapa do calor - a cidade do Guarujá, no litoral paulista - acabou colocando em xeque a acuidade dos aparelhos de medição: "sua estação meteorológica na Ilha da Moela, a 2,5 quilômetros da costa, registrou 27 vezes as temperaturas mais tórridas do Brasil — o que faz o próprio Inmet cogitar uma manutenção daquele posto".

Enfim, em que pesem à percepção subjetiva do calor e à objetividade duvidosa dos instrumentos do Instituto Nacional de Metereologia, uma coisa é certa: se o Tinhoso quiser mesmo sua casa de praia no Rio de Janeiro, ele vai ter que esperar passar a Copa do Mundo e torcer para que a especulação imobiliária lhe permita adquirir ao menos um barracãozinho de zinco na Baixada Fluminense. Do contrário, o jeito vai ter que se virar com uma casa de campo em Bom Jesus.

Para os mais curiosos, segue o link para o ranking: http://oglobo.globo.com/infograficos/cidades-mais-quentes-verao/.

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